Diego e Thiago levam o Brasil ao posto idealizado pelo COB

Parece uma dupla sertaneja, mas não é. Nesta terça-feira, o Pan-Americano do Rio de Janeiro foi de Diego e Thiago. Os dois brasileiros, um da ginástica, outro da natação, deram cada um duas medalhas de ouro para o país e colocaram o Brasil no tão sonhado terceiro lugar do quadro geral dos Jogos, posição almejada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Um pulo e tanto, considerado o nono lugar de segunda-feira. Um dia chuvoso e sem graça no Rio de Janeiro, em que o Brasil não ganhou uma medalha sequer um ouro, e ainda viu rivais como Canadá, México e até Argentina dispararem.

O primeiro a brilhar foi o mineirinho Thiago Pereira. Nas piscinas do Parque Aquático Maria Lenk, ele cantou solo e em quarteto nas duas medalhas verde-amarelas do primeiro dia de finais da natação. A primeira, nos 400 m medley, a segunda no 4 x 200 m livre.

Nada mal para quem está nadando por nada menos do que sete medalhas no Rio 2007. "Não poderia ser melhor. Hoje venci a minha prova, e fechar com essa segunda conquista foi ainda mais emocionante. Mas agora essas provas ficaram para trás. Não quero ficar pensando no número de provas, estou focando uma coisa de cada vez".

O paulista com sotaque carioca perfeito Diego Hypólito, por sua vez, vai lembrar por muito tempo de seu show. A tarde na Arena Multiuso foi toda dele. Seus saltos e piruetas valeram dois ouros, os primeiros da história da ginástica masculina em Pan-Americanos. Um no solo, no qual já foi campeão mundial. Outro no salto, em que também era um dos favoritos.

O dueto com Pereira, porém, acaba por aqui. Enquanto o nadador ainda tem cinco provas pela frente, o ginasta se despediu com a atuação de gala desta terça. "Estou muito, muito feliz, principalmente por ter entrado na história com o primeiro ouro da ginástica masculina. E ainda foi uma comemoração tripla, já que minha irmã também foi bronze", afirmou, citando o terceiro lugar na trave de Daniele.

A ginástica, porém, teve um show muito mais elaborado, com atrações diversas. Com todas as finais de aparelhos juntas, foi fácil para o Brasil brilhar. Quem aproveitou melhor a chance foi Jade Barbosa.

Depois de perder o ouro (a prata e o bronze também) no individual geral, a garota de 16 anos se recuperou e foi campeã do salto, superando as algozes americanas do dia anterior. Teve espaço até mesmo para o "backing vocal" de Laís Souza, bronze na mesma prova.

Além dela, outra atração especial no show de Diego foi Mosiah Rodrigues, que fechou o dia com a dobradinha menos esperada da noite, na barra fixa. Com erros dos favoritos americanos, Mosiah ficou com o ouro e Danilo Rodrigues com o bronze.

E nós?

Com tanto brilho em modalidades nobres, sobrou pouco espaço para os feitos distantes da piscina ou do ginásio. No taekwondo, Natália Falavigna bem que tentou, mas voltou a esbarrar em seu calcanhar de Aquiles, a campeã mundial mexicana Rosario Espinoza.

Leonardo Santos surpreendeu com o bronze no taekwondo, o quarto da modalidade no Rio 2007, mas não tão inusitado quanto o terceiro lugar da dupla de Guilhermes, o Pardo e o Kumasaka, no badminton.

Por fim, três medalhas em cenários muito diferentes. Primeiro, os dois bronzes do remo, com o dois sem da dupla Anderson Nocetti e Allan Bittencourt e o single skiff de Marcelus Marcili, na bela Lagoa Rodrigo de Freitas, no coração do Rio.

Depois, a prata na pistola de ar de 10 m de Júlio de Almeida, lá longe, na Vila Militar de Deodoro. Tão longe que nem mesmo a mulher do atirador, que veio da distante Pirassununga, chegou a tempo de vê-lo competindo.

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