Com três erros, Jade deixa pódio escapar no individual geral

Com uma grande apresentação no salto, mas com erros nos outros três aparelhos, a brasileira Jade Barbosa, 16, perdeu a chance de subir ao pódio no individual geral da ginástica artística do Pan, nesta segunda-feira. Ouro, prata e bronze foram para os Estados Unidos.

A ginasta carioca, estreante nos Jogos e prata na disputa por equipes, ficou atrás das favoritas norte-americanas depois de ter sofrido quedas na trave e nas assimétricas e de ter saído da área demarcada no exercício do solo. Ela terminou com nota final de 59,325.

A legião norte-americana dominou o pódio - com Shawn Johnson, Rebecca Bross e Ivana Hong, respectivamente, com 61,725, 61,050 e 59,375. O trio foi constantemente vaiado pelo público da Arena Multiuso em suas apresentações.

Jade, segunda no geral na fase de classificação, perdeu pontos importantes com seus deslizes no início do solo e da trave. Também caiu nas assimétricas, mostrando evidente nervosismo.

Ela havia compensado os dois primeiros erros com um grande salto, que lhe rendeu nota de 15,850. Inicialmente, o placar do ginásio apontou 15,150, mas a nota foi corrigida pelos árbitros. Foi para as assimétricas como líder no geral. Mas errou novamente, recebeu nota baixa e foi ultrapassada. Antes mesmo do resultado final, a ginasta chorou bastante e teve de ser consolada pelo técnico ucraniano Oleg Ostapenko.

Daniele Hypólito ficou com a quinta colocação no geral, com 57,300. Já Khiuani Dias foi a nona melhor ginasta em sua primeira competição com a equipe, com 55,625.

Shawn Johnson havia sido a primeira colocada na classificação geral, tendo ficado em primeiro na trave e em segundo no solo e barras assimétricas. Rebecca Gross fora a terceira no sábado e Ivana Hong, a quinta (atrás até mesmo de Laís Souza, substituída pela novata Khiuani).

A disputa

Logo após o término da primeira rodada de exercícios, ficou claro que as representantes dos Estados Unidos eram as adversárias a serem batidas pelas brasileiras.

O trio Hong (trave), Bross e Johnson (solo) conseguiu as melhores notas e dominaram as três colocações de destaque. A partir daí, as atletas começaram a ser vaiadas antes e durante suas apresentações pela torcida na arena. As ginastas, porém, mostraram maturidade e não se abateram.

Daniele Hypólito foi a primeira brasileira a competir, no solo, sob o coro de "Cidade Maravilhosa" do público carioca. Ela não cometeu erros, mas a dificuldade de sua série não impressionou os árbitros o suficiente. Já Khiuani, no mesmo aparelho, caiu em sua segunda passagem do solo e tirou a pior nota de todas as competidoras, com 12,225 na primeira rodada. Na trave, Jade caiu logo na tentativa de subida. Suas acrobacias arrojadas ainda lhe livraram de uma nota menor.

Na segunda rodada, Jade cravou duas ótimas primeira e terceira passagens no solo, mas saiu muito da área delimitada em sua segunda passagem com um largo passo. Já Khiuani se recuperou no salto e subiu da 24ª para a 13ª - ela tinha, até então, a segunda melhor nota no aparelho.

Jade foi a que teve a melhor nota nos saltos, com 15,850, bem acima dos 15,175 de Johnson. Isso a fez saltar da quarta posição para a primeira no geral. Já Khiuani, nesta terceira leva, sofreu uma queda nas assimétricas. Daniele, por sua vez, foi muito bem no aparelho e subiu para sexto no geral.

No exercício final, Jade subiu às barras assimétricas e acabou caindo na metade de seus movimentos. Ela errou, porém, ao cair da barra mais alta. Enquanto isso, Johnson e Gross conseguiram ótimas apresentações na trave e subiram para os primeiro e segundo lugares.

A medalha ainda de bronze estava ameaçada por Ivana Hong, também dos Estados Unidos. Ela errou na saída do aparelho, e o público do Rio, sem cortesia, aplaudiu. Mas sua nota a jogou para o terceiro lugar.

Fora da disputa de solo e afastada do Pan, a gaúcha Daiane dos Santos apareceu no ginásio para apoiar as companheiras. Antes de Khiuani e Dainele subirem às barras assimétricas, a ginasta as ajudou na distribuição de pó de magnésio.

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