Medalhista de bronze na prova masculina do triatlo dos Jogos Pan-Americanos, disputada neste domingo na praia de Copacabana, o curitibano Juraci Moreira fez duras críticas ao governo paranaense, e lamentou a falta de um trabalho de equipe entre os atletas nacionais.
"O governo do Paraná nunca me deu nada. Nem boa sorte me desejaram antes de eu vir pra cá", disse Juraci. "Se o prefeito e o governador tirassem uma foto comigo, ia sair nos jornais. Para eles, isso seria tão simples, e me valeria um ano de patrocínio. Ainda bem que eu tenho apoio."
As críticas também miraram os outros brasileiros - Virgílio de Catilho, 13º, e Antônio Marcos, que não teve colocação porque sentiu a panturrilha. Juraci creditou a conquista do bronze a um esforço solitário na "cola" do norte-americano Andy Potts, que levou o ouro.
"Já sabia que o Potts ia sair na frente na natação. E sabia também que não podia perder o cara de vista", comentou o brasileiro. "No início do ciclismo, perdi tempo e não fiz uma primeira volta boa. A sorte foi que me mantive no primeiro pelotão, e deu pra salvar a prova. Dei tudo de mim, mas no fim o Potts estava muito forte e eu estava no limite."
"Se o Virgilio e o Marquinhos estivessem comigo, poderia ter levado a prata. Mas no ciclismo, eu estava sozinho, eles estavam lá atrás. Fiz a força toda sozinha. Já os canadenses fizeram trabalho em equipe e me tiraram a prata", lamentou Juraci.
O brasileiro, entretanto, esclareceu que as críticas não eram direcionadas aos atletas, mas à Confederação. "Não estou criticando os dois, nem poderia. Afinal, o que eles ganham me ajudando, segurando adversário? Nada. Falta estratégia de equipe. A Confederação tinha que fazer um esquema com eles, e beneficiar se isso funcionasse. Por exemplo, se um leva medalha, os outros levam R$ 20 mil", comentou.
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