Sem verba e bicicleta, Clemilda revive "zica" de irmã Janildes

Medalhista de bronze na prova contra o relógio dos Jogos Pan-Americanos, Clemilda não escapou da "zica" que já acompanha sua irmã, Janildes, há duas edições da competição.

Em Santo Domingo-03, Janildes levou a prata na prova de estrada, mas não pôde sequer usar sua própria bicicleta. Na viagem para o país caribenho, seu equipamento foi extraviado e chegou ao destino com as rodas quebradas. Com isso, ela precisou emprestar uma bicicleta.

Quatro anos antes, em Winnipeg-99, aconteceu situação parecida. A bicicleta de Janildes quebrou no avião usado para transportar o equipamento. Ela ainda chegou a ser soldada, mas o remendo não resistiu aos treinos.

"Ela teve que usar uma outra bicicleta, que não era do mesmo tipo de prova que ela ia fazer. Se não me engano, era uma comum, de passeio", lembra Clemilda. Mesmo assim, Janildes foi bronze.

Em 2007 foi a vez de Clemilda que, em sua estréia no Pan, sofreu com esse tipo de azar familiar. A ciclista só recebeu sua bibicleta com apenas seis dias de antecedência da competição.

"A bicicleta não veio, não pude treinar", afirmou Clemilda, indignada. "Com seis dias de treino, foi o que consegui fazer. O atraso ocorreu porque não tinham verba pra me mandar a bicicleta. Eu fiquei aqui esperando, e a bicicleta não vinha. Me prometeram uma bicicleta especial para essa prova, mas não veio."

Clemilda afirmou que ainda está aguardando uma verba prometida pelo governo do Estado de Goiás, que deveria ter sido entregue há alguns meses. "Na hora de tirar foto do lado e aparecer na imprensa, eles lembram da gente. Aí prometem o que têm e o que não têm. Mas na hora de cumprir..."

A recordação da irmã emocionou Clemilda. "Lembrei muito da Janildes hoje, porque o problema quase a tirou da prova daquela vez, foi um sacrifício. Na época, já estávamos muito abaladas porque nosso irmão mais velho tinha morrido em um acidente de moto. Estou muito feliz por repetir o feito dela."

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