Os quase 12 mil torcedores que compareceram em peso ao ginásio do Maracanãzinho viram a seleção brasileira feminina de vôlei derrotar o Peru com tranqüilidade, por 3 sets a 0, com parciais de 25-15, 25-19 e 25-12. O jogo, realizado na noite deste sábado, marcou a estréia do Brasil na modalidade nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
Contra um adversário muito inferior tecnicamente, as brasileiras sofreram alguns lapsos de atenção. Mesmo assim, em nenhum momento o Brasil teve a vitória ameaçada. Mas o Peru, grande algoz da seleção na década de 80, ainda lidera o confronto direto contra as brasileiras no Pan, com seis vitórias e três derrotas.
"O time estava ansioso, mas isso faz parte", afirmou o técnico José Roberto Guimarães. "Temos de buscar mais tranqüilidade e a tendência é diminuir o nervosismo a partir de agora", completou.
Em quadra, o Brasil praticamente não sentiu a ausência da ponteira Jaqueline, cortada do grupo na última quinta-feira após a divulgação do resultado positivo em um exame antidoping realizado após uma partida do Campeonato Italiano.
Sem Jaqueline, o técnico José Roberto Guimarães optou por escalar Sassá na ponta, ao lado de Paula Pequeno. Sassá era titular da equipe, mas sua presença entre as titulares ficou ameaçada após uma torção sofrida no tornozelo há um mês.
Nas outras posições, Zé Roberto não apresentou nenhuma surpresa. O time começou jogando com as pontas Paula e Sassá, as centrais Fabiana e Walewska, a levantadora Fofão, a oposto Mari e a líbero Fabi.
Fabiana foi a maior pontuadora da partida, com 17 pontos -quatro a mais que Mari. Nos fundamentos, o Brasil se destacou no bloqueio, com 12 pontos, o dobro do que o Peru conseguiu.
O jogo Os dois primeiros pontos do Brasil foram marcados pelo meio, com Fabiana e Mari. Mas com alguns erros bobos, entre eles um saque muito longe de Paula, o Brasil não conseguiu fugir no marcador.
A seleção só deslanchou depois do primeiro tempo técnico, quando passou a errar menos. Um bloqueio de Mari fez com que a diferença atingisse cinco pontos (16-11). Pressionadas pela torcida, as peruanas se desestabilizaram e viram o Brasil abrir ainda mais vantagem até fechar em 25 a 15 com uma bola de china de Fabiana.
No segundo set, as peruanas conseguiram endurecer um pouco mais o jogo. E chegaram ao tempo técnico na frente (8-6) após um ataque de ponta de Patty Soto e uma cortada para fora de Mari.
A diferença chegou a três pontos (10-7) quando o ataque de Sassá ficou no bloqueio duplo. O técnico José Roberto Guimarães então pediu tempo, tentando corrigir a equipe.
A seleção melhorou quando o treinador fez a inversão 5-1, colocando Carol Albuquerque e Sheilla nos lugares de Fofão e Mari. E foi com Sheilla que o Brasil conseguiu o empate (16-16), para delírio do público.
A virada surgiu no lance seguinte, em um ataque de Sassá. Zé Roberto desfez a inversão e o Brasil não perdeu mais a liderança até fechar a parcial em 25 a 19 após um erro de Leyla Chihuan.
O susto serviu para deixar a seleção brasileira mais ligada, e no terceiro set a equipe, com grande atuação de Mari, logo abriu 3 a 0 de vantagem. O time então administrou o marcador e fechou a parcial em 25 a 12, após um ataque para fora de Luren Baylon.
"Foi bom ter estreado logo. E o mais importante é estrear com vitória, com o pé direito", afirmou a líbero Fabi.
"Tenho a sensação de alívio por ter passado a estréia, o nosso primeiro contato com o Maracanãzinho lotado. Não estamos habituadas porque jogamos pouco no Brasil", completou a ponteira Sassá.
Agora, o Brasil volta à quadra na noite deste domingo, às 22h, para enfrentar a República Dominicana. Uma vitória sobre as atuais campeãs do Pan praticamente assegura à seleção uma das vagas nas semifinais do campeonato.
ZÉ ROBERTO CRITICA WADA
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