UOL Esporte - Pan 2007
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14/07/2007 - 09h48

Após treino dividido e corte por doping, vôlei do Brasil estréia no Pan

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

A seleção brasileira feminina de vôlei faz diante do Peru às 10h da noite deste sábado, no ginásio do Maracanãzinho, a sua estréia nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Vice-campeão mundial, o time é favorito ao título, apesar da preparação dividida e do corte da ponteira Jaqueline às vésperas da estréia.

O Brasil começou a preparação para o Pan no início de maio, com as atletas que disputaram a última Superliga: Carol Albuquerque, do Macaé, Paula Pequeno, do Osasco, e Fabi, Fabiana, Sassá e Thaísa, do Rexona. As outras jogadoras, que atuaram na Itália, só se juntaram ao grupo em junho.

Mesmo assim, a seleção teve um bom desempenho nos quatro amistosos que fez contra a Sérvia. Um dos jogos reinaugurou oficialmente o ginásio do Maracanãzinho, palco do vôlei no Pan.

Mas o time sofreu uma baixa às vésperas da abertura do torneio. Quando deixava o Centro de Treinamento em Saquarema e se dirigia à Vila Pan-Americana a equipe foi notificada sobre o resultado positivo no exame antidoping da ponteira Jaqueline em um jogo do Campeonato Italino.

Por precaução, a comissão técnica decidiu cortar a jogadora, chamando Regiane para o Pan. "Temos que tocar o barco. Ficamos chateadas, mas vamos continuar do mesmo jeito", disse a oposto Mari. "Mesmo que ela faça muita falta o time vai se reerguer. Qualquer desfalque nesse momento é difícil, mas o time precisa suprir a falta dela", completou a ponta Paula Pequeno.

Com o corte de Jaqueline, foi aberta uma vaga na equipe titular que vai enfrentar o Peru. A levantadora Fofão, a ponta Paula Pequeno, a oposto Mari, a líbero Fabi e as centrais Walewska e Fabiana estão garantidas. A dúvida do técnico José Roberto Guimarães está na outra vaga de ponteira, entre Érika, Sassá e Regiane.

Sassá seria a titular absoluta, mas sofreu uma torção no tornozelo um pouco antes da série de amistosos contra a Sérvia. Na ocasião, foi substituída por Regiane.

"Essa menina é predestinada. Ela ficou fora da relação das 12 (atletas convocadas para o Pan), mas a Sassá se machucou e ela jogou. Agora aconteceu de novo. Essa é a primeira vez que estou trabalhando com a Regiane, e dá para ver que ela tem um potencial muito grande", disse Zé Roberto.

O potencial de Regiane pode ser mostrado a partir deste sábado contra um time que por muitos anos foi o maior rival do Brasil. Na década de 80 a seleção brasileira era "freguesa" da equipe peruana, duas vezes vice-campeã olímpica.

Nos Jogos Pan-Americanos, o retrospecto é amplamente favorável ao Peru. Em sete partidas, foram apenas duas vitórias brasileiras, contra seis peruanas. O último confronto aconteceu em Santo Domingo-2003, e o Peru ganhou por 3 a 2. Na ocasião, o Brasil foi representado por uma equipe juvenil.

"O Peru é sempre uma escola a se respeitar. Temos que ter muita atenção. E o jogo de estréia ainda tem uma adrenalina exarcebada", avisa Zé Roberto, que aponta República Dominicana, Cuba e Porto Rico como os rivais mais difíceis do Brasil no Pan.