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14/07/2007 - 23h30

Com Daiane no sacrifício, Brasil leva nova prata por equipes

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Daiane dos Santos competiu sem estar com a melhor forma, e a seleção brasileira ficou com a prata na competição por equipes do Pan do Rio, neste sábado. Os Estados Unidos confirmaram o favoritismo e levaram o ouro.

Flávio Florido/UOL
Brasileira Laís de Souza caiu na prova
da trave durante a disputa deste sábado
DAIANE VIRA DÚVIDA PARA O SOLO
VEJA FOTOS DA GINÁSTICA
A segunda colocação ao menos é uma evolução em relação a Santo Domingo-2003, onde terminaram com o bronze. A terceira colocação dessa vez ficou para o México.

A Arena Multiuso recebeu um público mais considerável que o da tarde, embora as 'quinas' do anel superior apresentassem muitas cadeiras disponíveis. E a predileta desses torcedores era a ginasta gaúcha, que ainda não se recuperou por completo de dores no pé esquerdo.

Quando ela se colocou ao centro do ginásio para sua série de salto, a torcida - já empolgada com as apresentações anteriores - explodiu. A atleta não sofreu quedas, nem saiu da zona quadrangular. Mas mostrou expressões de dor após cumprir suas passagens e conteve o choro ao se encaminhar para a lateral. Depois, desistiu da prova de saltos, e virou dúvida para a disputa individual desta terça-feira.

"Chorei por dois motivos, pela dor e também por ter terminado minha série, que foi importante para mim", afirmou.

Jade Barbosa foi a melhor das ginastas brasileiras na disputa, tendo as melhores notas em três de quatro aparelhos - só foi superada por Laís Souza nas barras assimétricas.

A seleção abriu sua exibição com uma de suas novatas, a jovem Khiuani Dias, de apenas 15 anos, competindo na trave. E a novata mostrou segurança, mostrou sua explosão física, não errou e saiu com moral do aparelho, com 14.550. Na seqüência, Laís, Daniele Hypólito e Jade conseguiram um rendimento ainda mais elevado, embora as duas primeiras tenham sofrido quedas.

Depois foi a vez do solo, o grande momento da noite. Se Khiuani acabou sofrendo uma queda em sua segunda passagem, Laís, Daniele (com "Cidade Maravilhosa" de trilha, cantada no final pelos torcedores) e Jade empolgaram a platéia.

Um aperitivo para a subida de Daiane. A gaúcha cumpriu sua série sem o duplo twist esticado e carpado, foi aclamada, mas não foi o suficiente para os árbitros, que lhe deram 15.150. Ela deixou tablado emocionada e expressão de dor no tornozelo. Sua presença foi ameaçada por uma torção no tornozelo direito. Jade levou a melhor nota - 15.325.

A torcida respirou no momento seguinte, quando as brasileiras ficaram fora dos exercícios - enquanto norte-americanas e mexicanas estavam no salto e no solo, respectivamente. Ginastas de Bolívia, Chile, Colômbia, El Salvador, Peru e Uruguai se distribuíam entre barras assimétricas e trave.

Para a prova de saltos, a novata Ana Cláudia Silva, também de 15, assumiu o lugar de Daiane, que colocou uma proteção em seu tornozelo esquerdo e ficou de lado durante o aquecimento. Ela estava listada como a terceira a competir, mas não partiu em nenhum momento. No fim, o que era para ser uma prova forte da equipe acabou como a pior, com apenas Laís e Jade encaixando bons movimentos.

Quando chegou às barras assimétricas, a seleção já tinha desvantagem de 2.600 para os Estados Unidos. Mas ao menos estava em uma posição confortável para ultrapassar as mexicanas e ficar com a prata.

"A gente já sabia que ia ser assim, que ia ser difícil e que a segunda colocação era mais provável. Mas o bom é que pelo menos melhoramos uma posição", afirmou Daiane.