Os ginastas brasileiros não querem passar a imagem de soberba. Comemoraram a medalha de prata na disputa por equipes do Pan. Mas também em nenhum momento procuraram disfarçar uma certa frustração por ter perdido o ouro por apenas três décimos na nota geral.
Para o grupo, ultrapassar os Estados Unidos, que ficaram com o bronze, era algo certo no último aparelho. O objetivo, para eles, era alcançar Porto Rico, que conquistou um ouro inédito.
"Vimos no final que tínhamos chance de ouro. Claro que não dá para ficar desapontado com um segundo lugar, mas fiquei um pouco triste, pois a diferença foi muito curta. Temos felicidade pela prata, mas ficamos muito próximos", disse Diego Hypólito.
Para agravar a sensação, a avaliação da delegação o paulista Luiz Augusto dos Anjos, que subiu na barra fixa para definir a formação do pódio, é a de que ele concluiu uma série renderia uma nota suficiente para ultrapassar os porto-riquenhos.
O treinador Leonardo Finco afirma que o ginasta tem feito com regularidade provas entre 15.400 e 15.600. Cada placar entre esses dois valores daria o primeiro ouro masculino de um Pan-Americano à ginástica artística - o ginasta ganhou nota de 15.050.
"O Guto tem feito entre 15.400 e 15.600, por isso achei que daria para pegar o ouro. Sabíamos que era difícil, mas confiávamos nele", disse.
Luiz Augusto afirmou que superou a tensão durante os movimentos acima das barras e que tinha a sensação de missão cumprida "Eu estava um pouco nervoso antes de subir, sabia que dependia de mim. Mas quando terminei, achei que tinha conseguido."
Hypólito concordou, lembrando que o companheiro tem nas barras fixas sua especialidade. "Eu achei que ele fez uma série de 15.400. Foi excepcional. Aí ganharíamos."