UOL Esporte - Pan 2007
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13/07/2007 - 10h08

Jaqueline culpa chá verde por doping que a tirou do Pan

Por Alberto Alerigi Jr.
Da Reuters
No Rio de Janeiro

Cortada da seleção brasileira de vôlei que disputará os Jogos Pan-Americanos, a ponteira Jaqueline culpou cápsulas de chá verde compradas para combater a celulite pelo exame antidoping positivo que a tirou da competição.

Jaqueline foi flagrada na Itália, onde joga pelo Jesi, e seu exame deu positivo para sibutramina, substância ativa em remédios para emagrecimento. Segundo a Confederação Brasileira de Vôlei, a atleta foi cortada como uma medida preventiva.

O teste foi realizado em 10 de junho, no último jogo do time pelas finais da liga principal do Campeonato Italiano. Como o prazo para a inscrição de jogadoras no Pan acabou às 18h desta quinta-feira, a comissão técnica da seleção optou por substituir Jaqueline para evitar que o Brasil tivesse que disputar o Pan com uma equipe de 11 jogadoras.

Para o lugar dela, foi chamada Regiane, da equipe Rexona-Ades, do Rio de Janeiro. A seleção desembarcou nesta quinta-feira na Vila Pan-Americana, mas Jaqueline nem teve tempo de conhecer o local.

"Estou sabendo disso há uma hora e meia e estou meio perturbada ainda, não sei bem direito o que aconteceu", disse Jaqueline, visivelmente emocionada, a uma dezena de jornalistas que lotaram uma sala de entrevistas da CBV.

"Eu fui numa farmácia na Itália comprar o remédio que eu sempre tomo (para tireóide) e vi que eles tinham um chá verde para celulite que disseram que era totalmente natural", disse ela, explicando o momento em que acredita haver ingerido a substância ilegal.

"Usei três dias e parei. Tomei por mim mesma, não avisei o clube, imaginava que era um produto natural (...) sou uma mulher vaidosa, todo mundo sabe que mulher é assim. Cometi um erro e levei um baque para aprender mesmo."

O médico da CBV, Julio Nardelli, disse que a comissão técnica não tem ainda nenhuma informação oficial sobre o doping. Ele informou que exame antidoping revela apenas a presença de substâncias proibidas e não a sua quantidade no sangue. Por isso, ele crê que nos próximos dias haverá chance para a realização de análises que mostrem que a quantidade de sibutramina no sangue da jogadora não era elevada.

"Esse medicamento não serve para aumentar o desempenho, precisaria tomar uns cinco quilos dele para fazer algum efeito", disse Nardelli. "Há duas semanas o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) fez exames antidoping na Jaqueline e nada foi apontado. Ela está limpa", disse Nardelli.

Essa já é a segunda edição dos Jogos Pan-Americanos que Jaqueline deixa de participar. Em Santo Domingo, em 2003, a jogadora ficou de fora por problemas no joelho que a deixaram dois anos parada. Ela também deixou de participar da Olimpíada de Atenas, em 2004.

"(A Olimpíada de) Pequim passa a ser meu alvo. Nosso objetivo é a classificação", disse Jaqueline, que agora retorna para sua casa, no Recife.

Assim como Jaqueline, às vésperas do Pan de 2003 Maurren Maggi foi cortada da seleção de atletismo em um caso semelhante. A saltadora foi flagrada em exame antidoping para um anabolizante que, segundo ela, seria proveniente de um creme cicatrizante usado após depilação a laser.