UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

13/07/2007 - 20h00

Desentrosado, Brasil estréia no beisebol com obrigação de vencer

Osmar Soares de Campos
Em São Paulo

Tentando driblar a falta de entrosamento e com a necessidade de vencer na estréia, o time brasileiro de beisebol começa neste sábado sua trajetória nos Jogos Pan-Americanos, às 14h30 contra a Nicarágua. A partida será disputada na arena levantada na Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, zona sul do Rio de Janeiro.

CUBA TENTA CONFIRMAR HEGEMONIA NO BEISEBOL
Se o Brasil sonha com a primeira medalha nos Jogos Pan-Americano no Rio de Janeiro, uma seleção entrará em campo como favorita, neste sábado. É a cubana, que tem um retrospecto bastante favorável no torneio continental: 11 medalhas de ouro e uma de prata. Desde 1971, Cuba não perde no beisebol.

E os cubanos não devem amolecer: mandaram ao Rio 13 atletas que foram campeões olímpicos em 2004, na Grécia. Outra seleção que deve se destacar nos Jogos é a norte-americana, que mandou um time universitário ao Rio, mas nem por isso menos qualificado.
LEIA MAIS
VEJA A TABELA
O time dirigido pelo técnico Nitsuyoshi Sato e o assistente Shuhei Tsuji deve apresentar uma verdadeira 'legião estrangeira' em um dos campos montados no complexo esportivo feito exclusivamente para a disputa da modalidade.

Dos 20 atletas que compõem a delegação brasileira de beisebol nos Jogos, sete atuam nas divisões menores dos Estados Unidos ou em ligas semi-profissionais do Japão - os grandes pólos do esporte. Apenas dois deles conseguiram integrar o time dentro do prazo estabelecido pela Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), na semana passada.

Os 'atrasados' estavam competindo com seus times e não participaram das duas partidas preparatórias do Brasil, as derrotas para a campeã olímpica Cuba, na segunda-feira por 8 a 2, e para a Venezuela, nesta quarta-feira por 4 a 0 - justamente o dia em que chegaram ao Rio de Janeiro. Apesar disso, o chefe de equipe brasileira, Ricardo Iguchi, não crê que possa haver desentrosamento no time.

"Esses atletas que chegaram tarde já treinam com a seleção há quatro anos. Creio que não vai haver desentrosamento. O beisebol é um esporte coletivo com algumas peculiaridades, e a forma do jogador é muito importante. Esses jogadores estão em excelente forma", analisou Iguchi, em entrevista ao UOL Esporte.

Se no quesito entrosamento a seleção brasileira, pelo menos no discurso, não está preocupada, existe uma pressão grande para a pretensão de medalha nos Jogos: vencer a partida de estréia.

O confronto contra Nicarágua é teoricamente o mais tranqüilo do Brasil, que no domingo pega a República Dominicana e, na segunda, os norte-americanos - que jogam com uma seleção de universitários, mas nem por isso menos forte. "Já estamos preparados, a equipe está completa e amanhã [sábado] o jogo é muito importante. Precisamos e vamos vencer", disse o dirigente.

Ricardo Iguchi também minimizou as derrotas brasileiras nas duas partidas preparatórias, pois não teriam caráter competitivo. "Foram jogos de reconhecimento, para nos ambientarmos, aclimatarmos ao campo. São partidas em que nenhum dos lados entra com força total", explicou. "Mas a tendência é melhorar com a chegada dos jogadores de fora."

O objetivo brasileiro é muito claro: conseguir a tão sonhada medalha, depois alcançarem o quarto lugar no Pan-Americano de Santo Domingo. Na ocasião, herdaram a posição do time mexicano, que foi flagrado no exame antidoping. "Estamos bastante otimistas. Os adversários são fortes, mas queremos subir no pódio", completou Iguchi.

A programação do beisebol começa às 10h deste sábado, com o jogo entre Cuba e Panamá. Além da partida do Brasil, às 14h30, Venezuela e México se enfrentam às 11h, e os Estados Unidos pegam a República Dominicana às 19h. Todos os jogos serão disputados na Cidade do Rock, situado ao lado do complexo esportivo Riocentro. As instalações, temporárias, podem abrigar um público de até 5 mil espectadores.