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13/07/2007 - 11h46

Em 1ª visita ao país, Pound pede liderança do Brasil contra doping

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O norte-americano Richard Pound, homem forte da Agência Mundial Antidoping, pediu nesta sexta-feira uma postura de liderança do Brasil na América Latina na luta contra o doping. É a primeira vez que o dirigente vem para uma visita oficial ao país como presidente da Wada (sigla em inglês).

EFE
Pound pediu liderança do Brasil na América Latina na luta contra o doping
"Espero que o Brasil se torne uma liderança em nossa luta na região. Em um encontro com o Ministro do Esporte (Orlando Silva), ouvi dele que existe essa vontade. Se querem ser líderes, que ajam como líderes", disse o norte-americano.

Em entrevista coletiva, Pound deixou claro que o Brasil ainda não assumiu esta postura, mas está no caminho. O país já assinou o código mundial antidoping, de 2003, mas ainda não ratificou a decisão da Conferência da Unesco contra o doping, de 2005. "Espero que isso aconteça o mais rápido possível, antes da nossa conferência de Madri", afirmou.

Segundo Pound, o ministro explicou que a assinatura já foi aprovada pela câmara e agora seguirá para o Senado. Em dois anos, apenas 57 países assinaram o documento, contra 181 que concordaram com o código. A reunião em Madri está marcada para novembro.

Mudanças no Código
Pound adiantou que até outubro, o código mundial antidoping será revisto alterado, criando uma versão final. As principais mudanças que o documento deve receber dizem respeito ao tempo de punições.

"O retorno que recebemos do código é ótimo, mas sentimos que precisamos trabalhar na flexibilização das conexões. Acho que a punição de dois anos para o doping acidental pode ser muito dura, mas já não é o bastante para quem usa o doping de forma intencional. O que estamos trabalhando é uma punição de quatro anos, mesmo no primeiro exame positivo, para casos mais sérios e punições menores para substâncias mais comuns, que podem dar abertura para o doping acidental", explicou o dirigente.

Outra medida deve ser a regulamentação de punições para os atletas que faltam a testes fora de competição. A Wada disponibiliza um sistema de banco de dados para que atletas e confederações esportivas notifiquem paradeiros, para testes fora de competição. Neste ano, por exemplo, a agência testou mais de 3 mil atletas nessa condição.