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12/07/2007 - 22h55

Doping de Jaqueline causa surpresa e tristeza na seleção

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

O corte da ponteira Jaqueline da seleção brasileira que vai disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro foi recebido com surpresa pelas outras integrantes da equipe. A atleta foi desligada da delegação após o Comitê Olímpico Italiano (Coni) divulgar o resultado positivo em um exame antidoping da jogadora.

Silvio Ávila/Divulgação
Regiane diz ter ficado "muito feliz e ao mesmo tempo triste" com a convocação
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"Fomos pegas de surpresa. Recebemos a notícia no ônibus vindo de Saquarema (onde fica o Centro de Treinamento da seleção). É uma perda muito importante porque já estávamos entrosadas e treinando muito bem juntas. Isso sempre atrapalha", lamentou a levantadora Fofão, capitã da seleção.

A atleta foi pega em exame antidoping com a substância sibutramina no último jogo das finais do Campeonato Italiano, em derrota de seu time, Jesi, para o Perugia, de Fofão. O Coni decidiu suspender a ponteira por 60 dias.

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) não foi comunicada oficialmente do incidente, mas, por medida preventiva, decidiu excluir a jogadora do Pan. Em seu lugar foi chamada a oposto Regiane, do Rexona-Ades.

"Hoje quando me ligaram eu nem acreditei. Fiquei tremendo toda. A primeira coisa que fiz foi avisar os meus pais. Fiquei muito feliz, mas ao mesmo tempo triste pela Jaqueline porque ela é uma atleta que eu confio muito e sempre vou confiar. Se formos campeãs, vou dedicar o título a ela", disse Regiane.

A sibutramina encontrada na urina de Jaqueline é listada como "substância específica" no código da Wada (Agência Mundial Antidopagem). Ela é particularmente suscetível a um uso não-intencional, por ser largamente encontrada em produtos medicinais. Por conta disso, ela pode ter sua punição reduzida, caso alegue não ter tido a intenção de melhorar seu desempenho esportivo.

De acordo com Jaqueline, ela ingeriu a substância ao tomar um chá verde para tratar de celulite.

"O antidoping é uma coisa que deve ser repensada, ainda mais porque (a sibutramina) é uma substância que não aumenta o desempenho da atleta", disse Fofão. "As atletas têm que sempre estar se policiando, não podem tomar qualquer coisa achando que não vai dar em nada", completou.