UOL Esporte - Pan 2007
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10/07/2007 - 08h49

Após o Pan, CBG vai dissolver seleção de trampolim

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Os atletas do trampolim acrobático masculino do Brasil terão uma sensação agridoce nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Se por um lado vão poder competir em casa com o apoio da torcida, por outro sabem que o evento vai marcar o fim de um projeto importante: a seleção brasileira.

Flávio Florido/UOL
O sonho de ir para os Jogos Olímpicos fica mais distante na visão dos atletas do Pan
Após a participação no Pan, a seleção de trampolim será dissolvida. Assim, o sonho de ir para os Jogos Olímpicos fica mais distante na visão dos dois atletas que competirão no Rio, Carlos Ramirez e Rafael Andrade.

"Para Pequim a gente estava no caminho certo, mas agora cada um vai treinar no seu clube. A gente estava vivendo um ritmo bom e fica triste em quebrar esse ritmo de treinamento.Isso influencia muito", lamenta Ramirez.

"A gente foi avisado meio por alto, não sabemos o que a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) vai fazer. Mas no clube não tem a mesma infra-estrutura da seleção. É uma perda muito grande. Foi um baque para todo mundo. Foi triste", completa Andrade.

Integrado à CBG há oito anos, o trampolim só conseguiu uma seleção permanente em 2005. Treinando em Curitiba com equipamentos de alto nível, os brasileiros começaram a conseguir alguns resultados de destaque no cenário internacional.

Pouco antes do Pan, Andrade ficou em 20° lugar em uma etapa da Copa do Mundo na Bélgica. "A gente já está começando a aparecer e competir com esses países da Europa. Agora fica mais difícil", diz o ginasta.

Para os atletas, agora o Pan terá outro valor. A exposição nos Jogos do Rio será a maior oportunidade de conseguir patrocínios. "A gente sabe que está no caminho certo e agora vai colher o fruto do trabalho desses dois anos. Mas precisamos de apoio", assinala Andrade.

Segundo a CBG, o fim da seleção masculina permanente de trampolim acrobático, que conta com cinco atletas, acontecerá porque o Pan do Rio era o maior objetivo da equipe.

"Vai ser dissolvida porque vamos fazer uma nova estratégia. O objetivo era o Pan. Agora vamos fazer a mesma coisa que fazemos no feminino, que é mandar o atleta para o clube e ajudar o clube na estrutura", disse a presidente da CBG, Vicélia Florenzano.

A dirigente não vê um bom custo-benefício na manutenção de um time que tem poucas chances de se classificar para a Olimpíada. "Hoje temos a chance de classificar apenas um atleta para a Olimpíada. Então o que fazer com os que não se classificaram?", questiona.