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17/05/2007 - 16h44

Sede em obras causa problemas durante Mundial militar de pentatlo

Bruno Doro
No Rio de Janeiro

O Mundial Militar de Pentatlo Moderno, disputado no complexo esportivo de Deodoro, no Rio de Janeiro, terminou na quarta-feira. Porém, as obras no local, que será sede de seis modalidades no Pan-Americano do Rio, em julho, ainda estão longe do final.

A grande decepção do Mundial Militar foi a ausência do estande de esgrima. Ainda em construção, o lugar não pode ser usado na competição. Por isso, as provas da modalidade foram disputadas em uma tenda montada em uma das áreas do complexo da Vila Militar.

"É uma pena. Não somos militares, viemos para competir nos locais do Pan-Americano. Ninguém vai ter oportunidade de fazer isso. E a esgrima foi o único esporte que não pudemos testar", lamentou Yane Marques, campeã do evento.

Este já é o segundo evento-teste em Deodoro não disputado no mesmo local em que será realizada a prova no Pan-Americano. Em novembro do ano passado, o Campeonato Pan-Americano de tiro com arco foi realizado em um campo vizinho ao local de provas do Pan, que ainda estava em obras.
ESGRIMA INACABADA
CIVIS X MILITARES NO MUNDIAL
Segundo o Ministério do Esporte, responsável pela construção de uma piscina, um centro hípico, um estande de tiro e outro de esgrima, além de um centro de tiro com arco, o complexo só será entregue no dia 6 de junho. O Rio 2007 começa no dia 13 de julho.

Com isso, os atletas acabaram, durante os quatro dias de competição, dividindo espaço com andaimes, operários e muito cimento. A cena mais inusitada aconteceu no estande de tiro, com a líder do ranking brasileiro, e vice-campeã do mundial na categoria open (ela não é militar), Larissa Lellys.

"Eu estava conversando com um dos engenheiros responsáveis pela obra do estande e ele disse que todo mundo ali deveria estar de capacete, porque a obra ainda estava em andamento", lembra a pentatleta.

Classificadas para o Pan, Larissa e Yane Marques, campeã do evento, confessaram-se surpresas com a situação atual do complexo. Yane, por exemplo, tinha outras reclamações. "Na parte esportiva, não tivemos muitos problemas. Mas a infra-estrutura poderia ser melhor. Na piscina, por exemplo, não tivemos banheiro ou chuveiros", afirmou a atleta pernambucana.

A lista de problemas, porém, não ficou por aí. Apesar de ter vencido, Yane não gostou do piso em que foi feita a corrida. "A grama estava fofa, em alguns lugares tinha lama", analisou. "Disseram que a grama foi plantada há pouco tempo e ainda não pegou e que no Pan estará tudo bem. Vamos esperar, porque correr na lama por quilômetros é difícil", completou.

Apesar disso, o evento foi considerado um sucesso. "Esportivamente, não tenho reclamações. A piscina estava pronta, o estande de tiro, do atirador até o alvo, também, assim como o centro hípico. Se as arquibancadas não estavam prontas ou o estande de tiro não tinha infra-estrutura, não interferiu", garantiu o militar Wagner Romão, classificado para o Pan, que terminou em 11º lugar.

O melhor brasileiro no masculino foi Daniel Santos, que também vai ao Pan-Americano, em oitavo lugar. Veterano de uma Olimpíada, ele ficou impressionado com a estrutura que está sendo montada em Deodoro.

"Acho que o centro de tiro e de hipismo, por exemplo, ficarão melhores do que o que o pentatlo usou nas Olimpíadas de Atenas. A grande diferença é comparar o que era a hípica de Deodoro antes com o que está hoje. O avanço é muito grande", afirmou.

Apesar do otimismo dos militares, as duas civis que vão ao Pan admitem que existem dúvidas quanto ao término das obras. "Quando cheguei, fiquei chocada. Ainda tem muito buraco, muito trabalho para fazer. Tomara que dê certo", falou Larissa.