Esportes menores, em que o Brasil não tem tradição, são a grande aposta da delegação brasileira para garantir o terceiro lugar no quadro de medalhas do Pan-Americano do Rio, a partir de 13 de julho. Nesta sexta-feira, o chefe da missão brasileira no Rio 2007, Marcus Vinícius Freire, apostou em esportes desconhecidos como o trunfo da delegação.
O tiro com arco pode ser uma das surpresas do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio |
"Acho que muita gente vai se surpreender com algumas medalhas que devemos ganhar. Ninguém está esperando, por exemplo, medalhas do levantamento de peso ou do tiro com arco, que são modalidades que vão chegar para brigar", garante o chefe de missão, lembrando do que aconteceu em Santo Domingo. "Na República Dominicana, por exemplo, ninguém estava esperando a medalha da patinação, por exemplo".
Em Santo Domingo-2003, o Brasil teve seu melhor desempenho em Jogos Pan-Americanos da história, com 123 medalhas conquistadas no total, 29 delas de ouro. O Canadá conquistou 126 pódios e também 29 primeiros, mas levou a vantagem com 16 pratas a mais.
"Superar o Canadá é uma tendência. Já em Santo Domingo não ficamos muito atrás. Aliás, é uma tendência que começou em Winnipeg, quando conquistamos 101 medalhas e depois 123 em Santo Domingo. Não sei se o número de medalhas vai aumentar tanto, mas tenho certeza que vamos evoluir muito", afirma Freire.
Segundo o dirigente, o grande motivador dessa evolução é a grande injeção de verba que o esporte sofreu pelo fato do Pan ser no Brasil. Em 2006, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu R$ 67,4 milhões provenientes da Lei Piva. Em 2007, a previsão é de R$ 56 milhões.
Um exemplo do salto que esses esportes deram com a verba do COB pode ser dado pelo tiro com arco. Nos últimos dois anos, os arqueiros passaram a contar com técnico estrangeiro e conquistaram três medalhas em etapas da Copa do Mundo, uma delas de ouro.
"Os esportes já consolidados eram pedras já lapidadas, em que o espaço para crescimento não é tão grande. Agora, esportes individuais, como as lutas, o tiro com arco, o boxe, eram quadrados que só agora começaram a ser esculpidos. Modalidades como essas tiveram uma oportunidade única nos últimos anos para evoluir", analisa Marcus Vinícius.
O otimismo é tão grande que até mesmo brigar com Cuba, tradicionalmente a segunda potência do continente, já é uma possibilidade. "É claro que no número de ouros, ainda estamos muito longe. Em Santo Domingo, foram 71 ouros contra só 29 do Brasil. Mas no número geral de medalhas, podemos brigar. A diferença não é tão grande", diz Freire. A diferença no número de medalhas é de 28 pódios: 151 medalhas cubanas contra 123 brasileiras.
"Aposto que esportes que sempre levam medalhas, como o vôlei masculino e o vôlei de praia, são quase certeza de ouro. Além disso, tem o futsal, que nunca conquistou só porque é a primeira vez que está sendo disputado. Mas o nosso objetivo é empurrar o maior número possível de modalidades para perto do pódio, mesmo que isso não resulte em medalhas", conclui.