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02/05/2007 - 18h25

Musas da natação aproveitam assédio para chamar atenção

Fernanda Brambilla
Enviada Especial UOL
No Rio de Janeiro

Além da preparação habitual que antecede cada prova para a última tomada de índices, algumas nadadoras do Troféu Maria Lenk têm uma preocupação a mais: lidar com a enxurrada de fotógrafos que as acompanham a cada passo e as mantêm na mira das lentes a todo instante - ajustando o maiô, prendendo o cabelo, ou mesmo seguindo as orientações dos treinadores.

CUIDADOS COM A BELEZA
Satiro Sodré/Divulgação
Flávia Delaroli, do Pinheiros, pinta unhas e cabelos de azul
Satiro Sodré/Divulgação
Delaroli, com vaga no Pan, também tem uma tatuagem nas costas
Satiro Sodré/Divulgação
Mariana Brochado não se incomoda mais em ser chamada de "musa"
Fernanda Brambilla/UOL
Nem os meninos se esquecem do cuidado com a beleza no Rio
Para as musas da natação, a rotina já incomodou, mas agora elas já aproveitam o assédio e até pensam novas formas de assegurar os cliques. Entre as investidas, cabelos e unhas pintados e tatuagens incrementam o visual. E, elas garantem, valem o clique.

A velocista Flávia Delaroli apostou em cabelos azuis, assim como boa parte da delegação do Pinheiros. "Quis aproveitar que é a seletiva final e chamar a atenção pra gente, pro nosso esforço pra chegar até aqui", conta a nadadora. "Decidi apelar para uma coisa que é muito valiosa para as mulheres, o cabelo. Em vez de arrumar bonitinho, a gente pintou um pedação de azul, bem ridículo mesmo, só para chamar a atenção mesmo."

A idéia foi seguida à risca até por alguns meninos do clube paulistano, que exibiram orgulhosos suas cabeleiras azuis, cor do Pinheiros. Mas apesar da brincadeira, Flávia mantêm alguns pequenos cuidados que considera essenciais para a competição. "Unha pintada é de praxe. Eu deixo crescer, pinto, faço desenho. Nos pés também", lembra, mostrando as unhas combinando em tons de azul brilhante. "Tudo isso faz parte para entrar no espírito da competição e mostrar união. E isso funciona, porque intimida as adversárias", acredita.

Outra que parou de reclamar do 'título' de musa foi Mariana Brochado, pré-classificada nos 400 m livre com o segundo melhor tempo, 4m18s64. "Essa coisa de ser 'musa' já me incomodou, mas foi graças a isso que consegui patrocínio, porque fiquei conhecida. Além disso, abriu muitas portas pra mim", conta Mariana, que agora defende os benefícios da boa aparência.

"Acho importante manter uma boa personalidade, isso acaba rendendo mais coisas que a gente nem imagina", diz, mas assegura não se importar com a preferência.

"Antes a musa era a Fabíola (Molina), agora somos eu e a Flávia. Logo vai aparecer outra menina, aí mudam de novo", diz a nadadora. "Esse tem que ser o fator menos importante, não quero ficar conhecida por isso, mas pelos meus resultados", analisa. "Por isso, não mudo nada para chamar a atenção."

Mesmo quem é de fora também entrou no clima. A sueca Therese Alshammer, vice-campeã mundia de piscinas curtas, logo se adequou à moda local. "Eu já gostava de pintar as unhas, então achei ótimo pintar como as meninas do Pinheiros. Escolhi um tom mais clarinho, mas é azul também", brincou, exibindo as mãos. Sem coragem para o azul, Therese pintou os cabelos de preto.

Mais discreta, a argentina Georgina Bardachi se contentou com uma tatuagem temporária nas costas com o nome da Unisanta, clube que defende no torneio. "As brasileiras se enfeitam para competir. Acho bonito e legal isso, mas fico só com a tatuagem mesmo", comentou, tímida, a argentina. "Só aqui no Brasil tem essas coisas. Na Argentina não tem disso..."

Em meio às novidades, até o técnico do Pinheiros entrou na brincadeira. "Não vou pintar, né, mas deixei crescer cabelo e barba", contou Alberto Silva. "Agora em casa vou dar uma aparadinha só, mas não tiro até o fim do Troféu. Quer dizer, isso se minha esposa não reclamar", brincou.