Enquanto outros atletas ainda lutam para chegar ao Pan, a carioca Giovanna Matheus já está classificada. Ele foi a quinta colocada no Campeonato Pan-Americano de Trampolim, disputado em agosto. Melhor brasileira, garantiu a vaga.
Por isso, em 2007 terá dois grandes desafios: além do Pan, ainda prestará, no fim do ano, vestibular. "Quero fazer Educação Física e acho que não terei problema. Dá tempo para conciliar as duas coisas, estudar e treinar. Afinal, faço isso há dez anos", diz a garota.
A rotina deve ser das mais duras. Atualmente, ela treina quatro vezes por semana, quatro horas ao dia, no centro de ginástica olímpica de Tatiana Figueiredo, sua técnica. No ano que vem, segundo a treinadora, esse ritmo deve ser ainda mais intenso. "Como a Giovanna é a única classificada no feminino, deve começar a viajar bastante", explica Tatiana, atleta da ginástica artística nas Olimpíadas de 84, em Los Angeles.
Tanto tempo de treinamento deverá ajudar Giovanna a superar o seu maior desafio para o Pan: se adaptar às competições contra adultos. "No trampolim, os ginastas atingem o auge aos 25 anos. A Giovanna ainda está com 17 e só agora começou a competir na categoria principal", conta Tatiana.
O Campeonato Pan-Americano, no qual conquistou a vaga, aliás, foi sua primeira competição entre as grandes. "O clima é bem diferente. Além do nível técnico ser muito mais alto do que eu estava acostumada, elas são muito mais sérias. Não dão muito espaço para você conversar", lembra Giovanna.
Aos 17 anos, Giovanna treina desde os seis. Ela começou na ginástica artística, mas, aos poucos, migrou para o trampolim. "Não sei porque me dediquei por dez anos a um esporte. Acho que depois que alguém começa um esporte e se apaixona, não pára mais. Sem contar que eu sempre gostei de pular", afirma.
A técnica acredita no potencial da atleta. "Ela ainda é muito jovem, mas tem muito para crescer ainda. Está apenas começando na categoria adulto. Normalmente, só meninas de 18 anos disputam no adulto e ela só está fazendo isso porque faz aniversário no final do ano. Em 2007, ela vai disputar, além do primeiro Pan, seu primeiro mundial", conta Tatiana.
Ainda bancada pelos pais, e sem receber apoio financeiro da confederação, se tornar uma atleta profissional ainda é um sonho. Giovanna, porém, vai persegui-lo. "É difícil falar em futuro, mas vou continuar fazendo ginástica até quando agüentar".
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