UOL Esporte - Pan 2007
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Estados Unidos

Reis do Pan convivem com renúncia de astros

Arte UOL

Com mais que o dobro de medalhas pan-americanas do que a segunda colocada Cuba, os Estados Unidos provam que são a maior potência do esporte. O desenvolvimento econômico alcançado pelos norte-americanos no século 20, que os elevaram à condição de única superpotência do planeta (o PIB dos EUA, US$ 12,4 trilhões, é dez vezes maior que o brasileiro), foi acompanhado com o crescimento de medalhas em Pans e Olimpíadas. Sua hegemonia esportiva inspirou também sua máquina cultural, e Hollywood produziu vários filmes sobre seus atletas que viraram lenda.

Na história dos 14 Jogos das Américas até hoje, os EUA têm 3688 medalhas. Cuba, principal rival norte-americana, possui apenas 1658. Só em Buenos Aires-1951 e Havana-1991, os EUA não venceram o Pan -batidos, respectivamente, por argentinos e cubanos. Porém, a partir da década de 1990, os EUA viram suas medalhas, antes conquistadas com facilidade, serem divididas entre cubanos, canadenses, argentinos e brasileiros.

O motivo: o desinteresse dos grandes astros. Para se ter uma idéia, em 1959, no Pan de Chicago (o primeiro sediado nos EUA), o número de medalhas de ouro dos donos da casa foi mais de dez vezes maior do que a da segunda colocada, a Argentina (115 a 9). O predomínio era mantido com a participação de grandes esportistas, que na época usavam o Pan como um trampolim para a fama.

Os casos foram muitos. Malvin Whitfield, três vezes medalhistas olímpico (em 1948 e 1952), participou do Pan de 1951 e ganhou a prova dos 400 m e 800 m no atletismo. O tenista Arthur Ashe tinha 24 anos quando disputou o Pan de 1967, em Winnipeg. Ele ficou com o bronze. Um ano depois, ganharia o Aberto dos EUA em uma carreira vitoriosa no profissional.

Neste mesmo ano, o nadador Mark Spitz fez um primeiro teste do que seria a sua glória nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Foram cinco medalhas de ouro em Winnipeg.

Em 1979, outro exemplo. Carl Lewis, com 18 anos, estreava no Pan contra o brasileiro João do Pulo no salto em distância. Ganhou a medalha de bronze e depois virou um ídolo do atletismo. Lewis, porém, é um marco divisor. Depois de 1979, ele não mais fez questão de disputar a competição de novo.
Foi começo da diáspora dos astros norte-americanos do Pan. Nas décadas seguintes, os exemplos são muitos de grandes esportistas que não fizeram questão de participar da competição. No atletismo, o recordista dos 100 m Maurice Greene, dos 200 m e dos 400 m Michael Jonhson e a velocista Marion Jones nunca disputaram uma medalha pan-americana. O novo fenômeno da natação, Michael Phelps, nunca esteve nos Jogos. A conseqüência é que a diferença, que teve seu auge em 1959, começa a cair. Em 2003, os EUA tiveram 117 medalhas de ouro contra 72 de Cuba.

Além de país inventor de esportes (entre eles, beisebol, basquete e vôlei), os EUA se orgulham de ter sediado oito Olimpíadas até o momento. Quatro delas de Verão em 1904, 1932, 1984 e 1996; e mais quatro de Inverno: 1932, 1960, 1980 e 2002.

A supremacia dos norte-americanos é tão grande que é fácil listar os esportes em que os EUA sofrem para medalhar: futsal (domínio brasileiro), levantamento (com predominância de Colômbia e Cuba) e handebol (Brasil, Argentina e Cuba são os melhores do continente).

Quadro de medalhas dos Estados Unidos

Países OuroOuro PrataPrata BronzeBronze Total
1951 Buenos Aires 44 33 18 95
1955 Cidade do México 81 58 38 177
1959 Chicago 115 69 52 236
1963 São Paulo 106 56 37 199
1967 Winnipeg 128 69 47 244
1971 Cáli 105 73 40 108
1975 Cidade do México 117 82 48 247
1979 San Juan 126 95 45 266
1983 Caracas 137 92 56 285
1987 Indianápolis 169 120 81 370
1991 Havana 130 125 97 352
1995 Mar del Plata 170 145 110 425
1999 Winnipeg 106 119 79 304
2003 Santo Domingo 117 80 73 270
TOTAL DE MEDALHAS 1651 1216 821 3688