UOL Esporte - Pan 2007
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Nome completo:
Fabiana de Almeida Murer

Data e local de nascimento:
16/03/1981, em Campinas (SP)

Peso/Altura:
57 kg / 1,72 m

Residência:
São Paulo (SP)

Prova:
Salto com vara

Participações no Pan:
Winnipeg-1999, Rio-2007

Campanha no Pan-2007:
Medalha de ouro

Fabiana Murer

Ela não conseguiu índice para participar dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003. Mas chegou como favorita à disputa do salto com vara no Rio de Janeiro e confirmou as expectativas levando o ouro com direito a novo recorde pan-americano.

Com o sarrafo na marca dos 4,50 m, e apenas uma atleta dos Estados Unidos como adversária, a brasileira já garantiu o ouro. Mas ainda continou na prova, para tentar melhorar a marca. Conseguiu alcançar os 4,60 m, mas falhou na tentativa de superar os 4,68 m.

Ela queria superar seu próprio recorde sul-americano, de 4,66 m. De qualquer forma, conseguiu superar o recorde pan-americano, de 4,40 m, que a norte-americana Melissa Mueller havia registrado em Santo Domingo.

Fabiana Murer despontou internacionalmente em sua prova em agosto do ano passado, quando venceu o Super GP de Mônaco, com a marca de 4,66 m, melhorando o recorde que já pertencia a ela.

Foi depois desse salto que a paulista de Campinas passou a ser reconhecida pelas adversárias. "Elas viram que se dessem bobeira, eu passaria à frente, com certeza", lembra a brasileira, que igualou a marca alguns dias depois, no meeting da Bélgica, uma das etapas da Liga de Ouro da federação internacional. No evento, ela conseguiu o segundo lugar, ficando atrás apenas da russa Yelena Isinbayeva, o maior nome da prova na atualidade.

As duas já fizeram vários treinos juntas e são orientadas pelo mesmo treinador, o ucraniano Vitaly Petrov, que foi técnico de Sergei Bubka, maior nome do salto com vara em todos os tempos. Foi Petrov o responsável pela transformação da saltadora que poderia desistir da carreira no atletismo para a Fabiana esperança de ouro para o Brasil no Pan.

"Se não fosse o Petrov, eu não saltaria o que estou saltando hoje. Até hoje, o Élson (Miranda, técnico brasileiro que buscou a orientação do ucraniano em 2001) faz meus treinos e o Petrov supervisiona. No início, ele mudou tudo: o jeito que eu segurava na vara, a maneira que eu começava a corrida", conta.

"No começo foi muito difícil. Minha marca passou de 3,91m para 3,70m e não saía disso. A vara me jogava para baixo, em vez de me jogar para cima. Mas eu tinha de mudar isso, era uma questão de honra", afirma.

Fabiana, que havia ficado em oitavo lugar no Pan de Winnipeg-1999, não se classificou para os Jogos de Santo Domingo-2003. Treinando muito, mas sem conseguir competir fora do país, ela aproveitou para se formar em fisioterapia e se especializar na área esportiva. "Todo mundo achava que minha carreira de atleta tinha acabado, que eu tinha mais é que estudar e trabalhar", lembra. "Hoje ninguém mais pensa assim", completa.

A virada pessoal, contudo, veio no Mundial de Helsinque, em agosto de 2005. Na Finlândia, Fabiana registrou um recorde brasileiro, mas acabou fora da final. Sua primeira experiência em um evento deste porte foi decisiva. "Eu sempre tive o sonho de conseguir bons resultados em competições internacionais. Foi um sufoco para conseguir o índice para o Mundial, mas depois, eu quase passei para a final", lembra.

"Foi ali, assistindo à decisão, vendo todas aquelas meninas disputando medalha, que eu pensei: "não quero mais ficar fora disso". Foi um incentivo para continuar treinando e me dedicando, e os resultados vieram", conclui.