História - Pan das minorias acaba com modorra canadense
Após perder a eleição para São Paulo como sede de 1963, a pacata cidade canadense de Winnipeg receberia o Pan de 1967 e repetiria a dose em 1999. A modorra local contrastava com a luta pelos direitos civis dos negros no vizinho Estados Unidos. Durante o Pan-Americano, houve uma revolta em Detroit com 43 mortos, a maioria negra. No período, dois de seus principais líderes, Malcolm X e Martin Luther King, foram assassinados (o primeiro em 1965; o outro, em 1968).
John Carlos, célebre por fazer o gesto dos “panteras negras” junto com Tommy Smith no pódio da Olimpíada de 1968, ganhou o ouro dos 200 m rasos, mas sem esboçar manifestação. O protesto mesmo aconteceu em Porto Rico, contra a dominação dos Estados Unidos, em manifestações no seu protetorado caribenho.
Outra polêmica típica dos anos 60 invadiu a competição: a estréia do teste de feminilidade. No Brasil, o noticiário era dominado pela morte de Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar de 1964. Os brasileiros ficaram com o terceiro lugar no quadro de medalha, última vez que isso aconteceu, afinal, a ascensão cubana aconteceria na década seguinte.