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28/07/2007 - 23h16

Brasil ganha o ouro, encerra jejum e preenche última lacuna

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Campeã olímpica, bicampeã mundial e seis vezes campeã da Liga. Faltava apenas um título pan-americano para a seleção brasileira masculina de vôlei na "Era Bernardinho". Faltava. Na noite deste sábado, em exibição de gala, a equipe derrotou os Estados Unidos por 3 sets a 0, com parciais de 25-16, 25-20 e 25-22, encerrou o jejum de 24 anos sem ganhar o Pan e ainda colocou na estante o último troféu que não tinha em sua coleção.

Flávio Florido/UOL
Jogadores comemoram fim do jejum no Pan e conquista do único título que faltava
EFE
No pódio, jogadores mostram bandeira com homenagem ao levantador Ricardinho
BERNARDINHO COM 17 TÍTULOS
FOTOS DA VITÓRIA BRASILEIRA
HOMENAGEM A RICARDINHO
PERFIL DOS JOGADORES
VITÓRIA 3 GERAÇÕES DEPOIS
PÁGINA ESPECIAL DO VÔLEI
Para completar, o Brasil enterrou de vez o seu maior fantasma: a derrota para a Venezuela nas semifinais do Pan de Santo Domingo, em 2003, quando era favorita absoluta ao ouro.

Este é o terceiro ouro do Brasil na história do vôlei masculino no Pan. O primeiro também foi obtido em casa, nos Jogos de São Paulo-1963. Depois, a seleção demorou 20 anos para ganhar de novo, desta vez em Caracas-1983.

Mas para ficar com o título no Rio de Janeiro, o Brasil precisou passar por alguns percalços. A equipe superou uma maratona de jogos e viagens, uma vez que a Liga Mundial acabou uma semana antes do início do Pan.

Para piorar, dois dias antes da estréia o time perdeu o seu capitão. O levantador Ricardinho, considerado o melhor do mundo em sua posição, foi sacado do time pelo técnico Bernardinho, que alegou "desgaste" na relação entre ambos.

O Brasil, entretanto, não sentiu os efeitos dos problemas em quadra. Na primeira fase, a equipe oscilou boas e más atuações. Mas nas duas partidas decisivas do campeonato, voltou a ser o time que conquistou praticamente tudo o que disputou nos últimos anos.

"É uma sensação de dever cumprido. Foram quatro anos de expectativa, todo mundo só falava deste ouro. Não foi simples superar essa pressão", disse Bernardinho.

Na final contra os Estados Unidos, a seleção entrou em quadra com o levantador Marcelinho, os pontas Dante e Giba, os centrais Gustavo e Rodrigão, o oposto André Nascimento e o líbero Escadinha. E praticamente não deixou os adversários jogarem. No primeiro ponto, Giba atendeu a um pedido da torcida, que gritou 'ace' antes do saque inicial.

Os norte-americanos, com dois ataques de Billings e um ace de Polster, foram ao tempo técnico com três pontos de vantagem (8-5). Mas o bloqueio brasileiro passou a funcionar. A seleção fez seis pontos seguidos, sendo cinco no fundamento, indo à frente do marcador (14-10).

CAMPEÕES ETERNIZADOS
Assim que conquistaram a medalha de ouro no Pan do Rio de Janeiro, os jogadores da seleção brasileira receberam uma homenagem. Os 12 atletas e o técnico Bernardinho gravaram as palmas de suas mãos em placas de concreto que serão colocadas na futura Calçada da Fama do ginásio do Maracanãzinho, em local a ser definido.
Vibrando muito, o Brasil massacrou os Estados Unidos no final do set. Um ataque do ponteiro Dante encerrou a parcial em 25-16.

No segundo set, a seleção também só abriu vantagem a partir do tempo técnico. Mas desta vez o destaque do time não foi o bloqueio, e sim os ataques pelo meio, com Gustavo, Rodrigão e Giba.

A equipe chegou a ter uma vantagem confortável, mas duas falhas de recepção de Giba fizeram com que os Estados Unidos encostassem no placar (21-19). Mas o Brasil não se apavorou, e fechou o set em 25-20 com um ataque de Dante.

No terceiro set, o Brasil continuou dando show, com uma grande variação de jogadas. Até o levantador Marcelinho se arriscou em algumas bolas de segunda. Nos últimos pontos, o Brasil jogou sob gritos de "é campeão". A seleção fechou a parcial em 25 a 22, com um erro de saque dos Estados Unidos.

Depois do ponto final, comandados pelo líbero Escadinha, o Brasil fez o tradicional "peixinho" na comemoração. Por duas vezes os atletas da seleção se atiraram no piso do Maracanãzinho.

"Queria agradecer muito a todos vocês. Nosso grupo precisava muito dessa medalha. Faltava ganhar aqui dentro de casa, no Brasil. Obrigado a todo mundo pela força", disse Giba, que após a saída de Ricardinho assumiu o posto de capitão da equipe.