Fiba recusa proposta da CBB e seleções de basquete podem até ser suspensas

Bruno Doro, Fábio Aleixo e Fábio Balassiano

Do UOL, em São Paulo

  • Seleções de basquete ainda não tem vaga garantida na Olimpíada do Rio

    Seleções de basquete ainda não tem vaga garantida na Olimpíada do Rio

O risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro é real para o basquete brasileiro. Nesta semana, a Fiba (Federação Internacional de Basquete) disse ao UOL Esporte que recusou uma proposta de parcelamento dos US$ 700 mil (cerca de R$ 2,173 milhões) devidos pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB), referente ao convite para a Copa do Mundo da Espanha  do ano passado.

Com essa dívida, as seleções brasileiras e os clubes nacionais podem ser suspensos por até dois anos de torneios internacionais. A punição para entidades inadimplentes por mais de 90 dias está prevista no estatuto do órgão internacional – foi por causa dessa conta que a Fiba ainda não confirmou a vaga olímpica automática para o basquete brasileiro.

"O Comitê Executivo da Fiba tomou nota da proposta oferecida pela CBB para quitação da dívida até 2019, mas não aceitou sua proposta. Em uma carta enviada à CBB, o Comitê Executivo confirmou que precisa de uma solução até 31 de julho de 2015 para que todos os times saibam como será o processo qualificatório para os Jogos Olímpicos e para o Pré-Olímpico Mundial. Após uma solicitação feita pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e CBB, a Fiba aceitou fazer uma reunião durante os Jogos Pan-Americanos", informou a Fiba em nota enviada ao UOL.

A reportagem apurou também que, para evitar problemas, os brasileiros pretendem usar o dinheiro da renovação do patrocínio com a empresa de material esportivo Nike para quitar a dívida. A renovação do acordo até o ciclo olímpico dos Jogos de 2024 está praticamente fechada. O problema é que a ideia inicial da CBB era usar o contrato como garantia do parcelamento – que iria até 2019. Essa foi a proposta recusada. Procurada pela reportagem, a Nike informou que "não divulga informações de contrato respeitados por cláusulas de confidencialidade".

A situação financeira da CBB é crítica. Em seu balanço de 2014, divulgado em maio, a entidade apresentou uma dívida acumulada de R$ 13 milhões. Além disso, a entidade ainda corre atrás de um patrocínio estatal para rechear seu cofre, também abastecido com verba do Bradesco, seu patrocinador master. O Ministério do Esporte tem ajudado em negociações com os Correios, mas até agora não há previsão para que o acordo seja firmado.

A dívida original do Brasil com a Fiba é de cerca de R$ 3 milhões, valor que a CBB aceitou pagar para a Fiba em troca de um convite para a Copa do Mundo de basquete masculina – em 2013, o Brasil não conseguiu a vaga na quadra. Desses, R$ 2,173 milhões (US$ 700 mil), correspondentes a duas parcelas, estão em atraso.

Como já havia sido informado anteriormente, a Fiba deu até o dia 31 de julho para que a CBB apresentasse uma solução definitiva para o problema. Caso contrário, além de ficar sem a vaga direta na Olimpíada de 2016, as seleções masculina e feminina correm o risco de ser impedidas de participar dos Campeonatos Pré-Olímpicos, que acontecem em agosto. O torneio das mulheres será realizado em Edmonton-CAN (entre 8 e 16 de agosto) e o dos homens na Cidade do México (entre 31 de agosto e 12 de setembro).

Procurada pela reportagem, a CBB confirmou a realização da reunião com a Fiba durante o Pan, que tem início em 10 de julho.

"A Confederação Brasileira de Basketball confirma o recebimento da carta da FIBA e as informações contidas nela. A CBB somente irá se pronunciar sobre o assunto após a reunião em Toronto", disse a entidade por meio de nota oficial.

Entre os dias 7 e 9 de agosto, o Conselho da Fiba se reunirá em Tóquio (JAP) para fazer suas deliberações sobre o tema.

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos