Futebol feminino precisará evoluir no país para se renovar na Rio-2016

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Toronto

  • AFP PHOTO / OMAR TORRES

    Brasileiras comemoram gol contra a Colômbia na final do futebol feminino

    Brasileiras comemoram gol contra a Colômbia na final do futebol feminino

Ouro no Pan-2015, quarta medalha seguida no evento, a seleção feminina de futebol do Brasil terá um desafio para repetir o feito na Rio-2016 por conta da falta de renovação do seu time. A base será o time do Canadá, da Copa do Mundo e da competição continental, e são poucas as jogadoras jovens que se incorporarão a essa equipe. A CBF reconhece o problema e o atribuiu à falta de evolução do esporte no país nos últimos anos.

Há dúvidas dentro da própria confederação, no entanto, de qual o caminho para fortalecer a formação de atletas para o futebol feminino. O desejo é de que os clubes masculinos tivessem times de mulheres, mas a entidade rechaça a intenção de criar uma obrigação como quer o governo federal. No momento, a seleção permanente tem sido a solução.
 
"Brasil precisa evoluir muito na modalidade. O apoio não é suficiente. Se não conseguir jogar mais vezes em nível internacional, ficará sempre atrás de times como EUA, França e Japão que cresceram muito nos últimos anos. A CBF tem feito o seu papel", contou o técnico do time feminino Vadão. No último Mundial, o treinador viu a equipe ser eliminada pela Austrália nas oitavas de final.
 
Ele lembrou que o Brasil não tem um campeonato competitivo e que as jogadoras precisam sair do país para jogar em alto nível. Por isso, apoia o artigo da MP do governo que impõe aos clubes ter um time feminino. "Os clubes têm a mídia: vão trazer divulgação para o esporte", observou.
 
Alinhado com a cúpula da CBF, o diretor de seleções feminina, Marco Aurélio, é contra a obrigatoriedade. Mas também queria ver os clubes de futebol masculino envolvidos com o feminino. "Deixa de pagar um cabeça de Braga de R$ 150 mil e dá para pagar um time feminino inteiro", explicou. Outra solução apontava é incentivar a prática do futebol entre mulheres na escola.
 
Enquanto isso não acontece, ele aposta em um trabalho com cerca de 50 jogadoras para trabalhar para a seleção permanente. E lembrou que, agora, a CBF conta com times de sub-17 e sub-20. Exaltou a presença de jogadoras como Rafaela que se incorporaram ao time adulto.
 
"Houve um gap na formação de atletas", admitiu. "A Olimpíada vai ser muito difícil. Japão e Alemanha e outros têm evoluído muito. Lamentavelmente, não vinha se fazendo um trabalho forte no Brasil."

UOL Cursos Online

Todos os cursos