Militares-atletas empatam com México e são melhores que Argentina no Pan

Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Jonne Roriz/Exemplus/COB

    Um terço dos militares que competiram no Pan conquistaram medalha

    Um terço dos militares que competiram no Pan conquistaram medalha

Se as Forças Armadas do Brasil fossem um país, elas terminariam os Jogos Pan-Americanos de Toronto na sétima colocação no quadro de medalhas. Os militares do país já foram ao pódio em 53 oportunidades, 16 delas no degrau mais alto, 11 no de segundo lugar e 23 para receber a medalha de bronze.

É o suficiente para empatar com o México (16 ouros), superar Argentina (11),  Venezuela (5), que possuem alguma representatividade no cenário continental. Restando apenas três dias para o fim das disputas, 80% da premiação deste Pan já foram distribuídas, grande parte nas modalidades em que as Forças Armadas investem nos atletas brasileiros, que são os esportes individuais.

Exército, Aeronáutica e Marinha do Brasil contam com 123 representantes no Pan. Um terço deles (44) subiu ao pódio. Entre as três, o Exército é o que teve o maior número de atletas premiados (29). Judô e natação são as modalidades mais laureadas entre as três forças.

Os militares contribuíram com 43% das medalhas angariadas pelo time do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) no Pan, que veio a Toronto com 590 atletas. Os brasileiros somaram, ao todo, 121 pódios, nas quais, 32 vezes estiveram no ponto mais alto.

As Forças Armadas cumprem, assim, a meta de premiações prevista para o evento canadense. Em entrevista ao UOL Esporte, o brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa, contou que o objetivo seria dar ao time do COB pelo menos 40% das medalhas conquistadas em Toronto.

Anualmente, os custos com salários de benefícios aos atletas giram em torno de R$ 15 milhões. Já o investimento para viagens, equipamentos e estrutura é compartilhado entre o Ministério da Defesa e o do Esporte, com um total de R$ 25 milhões.

A seleção se dá por meio de um edital público voltado para atletas de alto rendimento. É preciso apresentar um currículo com suas façanhas esportivas. Ele passa por um crivo do Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte. Se selecionado, o atleta passa por um curso expresso de formação de oficial e passará a receber salários mensais, que circulam na casa dos R$ 3.5 mil, férias remuneradas, 13º salário, e todos os outros benefícios que os demais militares têm direito.

Após os oito anos de serviço, o atleta é dispensado das Forças Armadas, mas não tem direito a se aposentar como militar. Segundo Amaral, a ideia é que o programa de apoio ao esporte de alto rendimento deve ter continuidade após os Jogos do Rio-2016. 

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