Meninas do vôlei suam, viram sobre P. Rico e vão tentar 1º bi em 50 anos

Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

O Brasil voltou a fraquejar contra Porto Rico, suou, virou o jogo e venceu Porto Rico na semifinal do vôlei feminino em Toronto por 3 sets a 2 (18-25, 24-26, 25-22, 25-19 e 15-11). O resultado mantém o mistão verde-amarelo  na briga por um bicampeonato pan-americano que não vem há mais de 50 anos.

A primeira e única vez que o país conseguiu emendar duas conquistas seguidas no vôlei feminino aconteceu em 1964. Historicamente, a competição é dominada por Cuba, que foi ouro sete vezes seguidas entre 1971 e 1995 – a seleção verde-amarela tem quatro conquistas.

No atual cenário do voleibol, porém, a ilha de Fidel Castro não apresenta mais a mesma resistência ao Brasil em nível regional. Tanto que, mesmo com uma formação mista, a equipe de José Roberto Guimarães era a favorita em Toronto. Cuba foi eliminada nas quartas para os EUA, hoje o time que rivaliza com a seleção verde-amarela no continente.

Porto Rico igualmente não assusta as favoritas, mas no Pan tem sido uma pedra no sapato para o Brasil. Na estreia, contra a mesma seleção, a equipe de Zé Roberto mostrou dificuldades com a falta de uma levantadora experiente e sofreu para fazer 3 a 2. Nas partidas seguintes, a dificuldade permaneceu e o time não venceu nenhum jogo sem ceder sets.

Nesta quinta, na semifinal, o enredo foi o mesmo. Sem grande experiência internacional, Ana Tiemi e Macris forçaram demais o jogo nas experientes Garay e Adenízia, que não conseguiram superar a defesa de Porto Rico. No primeiro set, por exemplo, um show de erros de ataque ajudou as caribenhas a fecharem em 25 a 18.

No segundo set, José Roberto Guimarães conseguiu mexer com suas pupilas e as recolocou no jogo. Mais atento, o Brasil teve mais cuidado com a portorriquenha Aurea Cruz e disputou a parcial até o fim. Não deu. Com 26 a 24, Porto Rico ficou a um set de eliminar as atuais bicampeãs olímpicas e medalhistas de ouro no Pan de Guadalajara.

Seria um feito e tanto para Porto Rico, que não aparece entre as maiores potências internacionais do vôlei. O atenuante brasileiro é que o elenco que foi ao Pan é uma espécie de "mistão", liderado por Jaqueline, Fernanda Garay, Adenízia e Camila Brait, todas campeãs olímpicas.

Fernanda Garay foi o grande destaque desta quinta. "Desde o início a gente sabia que elas viriam pra cima e não seria fácil. Mas acho que todas atuaram bem, como um grupo,  e graças a Deus, vencemos. Agora quero o ouro de todo jeito", disse a jogadora, responsável por 28 pontos na partida. .

Outros destaques da seleção, como a levantadora Dani Lins e a ponteira Gabi, seguiram na disputa do Grand Prix, sob o comando do auxiliar de Zé Roberto, Paulo Coco. Além delas, estrelas do time como Fabiana, Thaisa e Sheila estão fora por lesão ou poupadas pela comissão técnica.

Por tudo isso, tem sido mais difícil para Zé Roberto fazer o jogo fluir. Nesta quinta, a virada saiu pelo bloqueio, que a partir da terceira parcial conseguiu marcar a central Karina Ocasio. O Brasil fez 25 a 22 no terceiro set, 25 a 19 no quarto e levou a disputa pelo tie-break.

A parcial decisiva começou mais equilibrada, com Porto Rico abrindo três pontos de vantagem no início. Como se não bastasse todo o esforço ao longo do jogo, o Brasil buscou uma nova virada. Com Joicinha inspirada, a equipe passou à frente e fechou em 15 a 11. 

O técnico Zé Roberto Guimarães também ressaltou a importância de Fernanda Garay na partida. "Tem que enaltecer a Fernanda Garay, ela segurou o ataque na frente, no fundo, bola de segurança e foi bom vê-la desempenhando o papel e é importante o desempenho principalmente por ter Olimpíada", analisou ao SporTV. "Mas estamos oscilando muito e isso é preocupante. a meta é manter o nível do quarto set", completou.

Agora, a seleção pode pensar só na decisão do Pan, que ocorrerá no próximo sábado. As adversárias virão de República Dominicana ou Estados Unidos, que se enfrentam ainda nesta quinta. 

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