Ana Claudia se machuca e coloca em risco as chances do revezamento no Pan

Do UOL, em São Paulo*

Após terminar em sétimo na final dos 100 m na quarta-feira, a brasileira Ana Claudia Silva voltou à pista para a disputa dos 200 m nesta quinta e não deu sorte. Na segunda série classificatória da prova, ela teve um bom começo e chegou bem posicionada na reta final, mas acabou sentindo uma lesão, ficou para trás e sequer terminou.

Uma das duas brasileiras nos 200 m - Vitoria Cristina Rosa disputou a primeira bateria e avançou à semifinal com 23s36 -, Ana Claudia sofreu a lesão a pouco mais de 50 metros para a chegada e praticamente parou. Ela ficou na pista e só saiu depois de ser ajudada por uma auxiliar da competição, que a ajudou a tirar as sapatilhas.

"Fiz um bom aquecimento, estava bem, mas quando saí da curva, senti a posterior direita [músculo posterior da coxa direita] enrolar. Quando tentei atacar mais na corrida, senti a fisgada e parei", explicou Ana Claudia ao Sportv. "Na verdade, forcei um pouquinho mais porque senti o posterior contraído e aliviei na corrida. Aí quando tentei atacar, senti o posterior e tive que parar. Eu estava me sentindo bem, mas essas coisas a gente não prevê".

Apesar de ter que correr três dias seguidos (eliminatórias dos 100 m na terça, semis e final dos 100 m na quarta e os 200 m na quinta), a velocista preferiu não culpar a programação de atletismo do Pan.

"O programa está um pouco apertado, mas não foi por causa disso, faz parte de uma grande competição mesmo", afirmou. "Eu estava bem treinada. Nesse ano a gente selecionou bem as provas para se desgatar menos e chegar bem. Mas não tem controle, lesão nunca se sabe que vai acontecer. Se tivesse algum sinal, eu nem teria entrado, mas infelizmente acontece quando você menos espera. Estou triste porque saio da competição sem pelo menos ter a chance de melhorar minha marca nos 200 m, mas é pensar, avaliar as coisas", disse a brasileira, sem conseguir segurar o choro durante a entrevista.

O problema com Ana Claudia coloca em risco as chances de medalha do revezamento 4x100m brasileiro, prova em que ela seria uma das titulares. A velocista é uma das principais integrantes da equipe e seria peça chave para a disputa por pódio. O Brasil despontava entre os favoritos do revezamento ao lado da Jamaica, mas sem Ana Claudia, as chances diminuem bastante.

"Estou frustrada porque sei quanto me dediquei. Hoje estou fora da competição, estou fora do revezamento e vou pensar na minha recuperação. Quando acontece algo que você não tem controle, é difícil pro atleta. É difícil falar agora", lamentou.

Fora do Pan, Ana Claudia corre risco também de desfalcar o Brasil no Mundial de atletismo a ser realizado em Pequim, em agosto. Segundo a equipe médica do COB, a lesão será avaliada para se medir o tempo de recuperação. Por enquanto, a expectativa é de duas a quatro semanas de reabilitação. O tratamento, inclusive, já começa hoje, ainda em Toronto. Ainda que consiga ir à China, a brasileira não estará em sua melhor condição física.

As duas semifinais dos 4x100m acontecem nesta sexta-feira (24) e as finais estão marcadas para o sábado, penúltimo dia do atletismo no Pan-Americano de Toronto.

* Atualizada às 12h21

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