Vento amigo, erro da arbitragem e tropeço brasileiro marcam os 100m

Bruno Doro

Do UOL, em Toronto (CAN)

O primeiro dia de disputas dos 100m do atletismo em pista dos Jogos Pan-Americanos de Toronto foi marcado por uma série de fatos no mínimo curiosos. E dois deles envolveram brasileiros: Ana Claudia Silva e Vitor dos Santos.

Na bateria classificatória feminina, Ana Claudia Silva terminou na primeira colocação com o tempo de 10,96s. A marca lhe daria o recorde brasileiro, já que nenhuma mulher do país havia conseguido correr abaixo dos 11s em toda a história. Só que o vento deu uma ajudada.

Pelas regras, para que um recorde seja válido, o vento tem que estar em uma velocidade máxima de 2 m/s (metros por segundos). Na prova de Ana Claudia, estava o dobro. Com isso, a marca levou a brasileira para a semifinal, mas não contou como novo recorde brasileiro.

Rob Schumacher/USA Today Sports

Em uma das provas masculinas, o sonho de Vitor dos Santos de avançar para a semifinal acabou logo na largada. Isso porque ele tropeçou e terminou apenas na sexta colocação.

"Foi uma falha na largada. O pé esquerdo bateu no direito e eu não consegui acelerar. Foi a primeira vez que aconteceu isso comigo, não da pra explicar", disse Vitor. "Estava preparado pra fazer o melhor tempo da minha vida. Não foi nervosismo, foi uma falha, mesmo, que eu nunca cometi", lamentou.

Para completar um início estranho dos 100m, a arbitragem protagonizou uma lambança na segunda bateria. Depois da largada, um segundo tiro foi ouvido, o que normalmente indica a invalidação da prova. Com isso, Ramos Gittens, de Barbados, Sheldon Mitchell, da Jamaica, e Diego Palomeque, da Colômbia, pararam de correr. Mas os juízes não cancelaram e a disputa prosseguiu.

Ao final da prova, os três atletas protestaram com a arbitragem, que voltou atrás e desclassificou o canadense Gavin Smellie, que queimou a largada. Dessa maneira, o resultado da primeira corrida foi cancelado e uma nova reagendada para minutos mais tarde.

Na nova prova, os então eliminados Ramon Gittens e Sheldon Mitchell conseguiram se classificar para a semifinal dos 100m.

"Não atrapalha (ter que correr duas vezes). Eu mantive a concentração e consegui o objetivo, que era chegar a semifinal", afirmou Sheldon Mitchell.

Em ambas as provas, a primeira colocação ficou com Beejay Lee, dos Estados Unidos, que também afirmou não se importar com a confusão. "A gente treina para essas coisas, para distrações no meio da aprova. Na primeira, eu não ouvi o tiro. Mas foi bom já que na segunda eu voltei já sem aquele nervosismo da esteia".

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