Natação do Brasil pode ver recordes. Mas índice olímpico fica para depois

Fábio Aleixo

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Satiro Sodré/Divulgação/CBDA

    Thiago Pereira pode se tornar maior medalhista da história do Pans

    Thiago Pereira pode se tornar maior medalhista da história do Pans

Primeira grande oportunidade para os nadadores da América garantirem índice para a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, as provas de natação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN) não terão a mesma importância para os 35 atletas brasileiros que cairão na água a partir desta terça-feira.

Apesar de a Federação Internacional de Natação (Fina) colocar em seu calendário o Pan como evento classificatório para 2016, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) optou por não seguir este critério.

Nem mesmo o Mundial de Kazan, a partir de 2 de agosto, valerá para obtenção de tempo para a disputa olímpica. Na Rússia, apenas os revezamentos poderão assegurar vaga. Os 12 primeiros times em cada uma das provas terão o posto assegurado.

A postura adotada agora pela CBDA diferente daquela de quatro anos atrás, quando os tempos anotados no Pan de Guadalajara (MEX) valeram para carimbar o passaporte para os Jogos de Londres.

"Neste ciclo olímpico, resolvemos mudar o critério, e por um motivo. O tempo feito por um atleta hoje pode não significar nada daqui a um ano. Ninguém sabe em que condições ele estará para a Olimpíada. Todos foram comunicados disso", disse ao UOL Esporte Ricardo de Moura, superintendente da CBDA e chefe da equipe brasileira de natação.

A Confederação definiu que apenas dois torneios que valerão para a obtenção de índice para a Olimpíada. São eles: o Open em Palhoça (SC), em dezembro, e o Troféu Maria Lenk, entre 12 e 16 de abril do ano que vem. Esta competição, aliás, servirá como evento-teste para os Jogos e será disputada no Centro Aquático Olímpico.

"Independentemente de índice, o Pan é um evento que se torna uma porta de entrada para os Jogos Olímpicos. É importante também para o próprio histórico do atleta de estar em uma grande disputa. Isso contribui para o amadurecimento deles fora da água. preparação do Mundial. Estamos entrando em um momento em que queremos já bons índices técnicos", afirmou Fernando Vanzella, técnico da equipe feminina.

Etiene Medeiros, que nadará os 4x100m livre, 100m costas, 50m livre e 4x100m medley, compartilha da visão do treinador.

"Vivo um momento que minha meta é ter um bom resultado no Pan. Nesse momento o índice para as Olimmpíadas está em segundo plano. Aqui eu quero a medalha, até por que o objetivo do Pan é outro", afirmou

Apesar de não valer índice e da proximidade do Pan com o Mundial, o Brasil chega para a disputa do Pan com sua equipe praticamente completa. A única ausência é Cesar Cielo, que optou por dar prioridade ao Mundial de Kazan, no qual tentará o tetracampeonato dos 50m livre.

A grande atração será Thiago Pereira, que busca se tornar o maior medalhista de todos os tempos em Pans.

"Meu grande objetivo no Pan-Americano, como em todas outras competições é pensar no dia após dia a dia. Foi assim que conquistei todas as minhas medalhas no Rio e em Guadalajara, sem querer abraçar todo de uma vez só. Recordes são emocionantes e meu sonho é estar realizando isso  dentro deste Pan. Seria maravilhoso para minha carreira", disse o nadador, que fará sua estreia hoje nos 4x100m livre.

Se ganhar qualquer medalha, se igualará a Gustavo Borges (com 19) como o brasileiro com mais pódios nos Jogos.

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