Tiago Camilo bate campeão mundial e é tricampeão pan-americano

Bruno Doro

Do UOL, em Toronto (CAN)

Tiago Camilo se tornou, nesta segunda-feira, o maior atleta do judô brasileiro em Jogos Pan-Americanos. E com direito a uma vitória na decisão sobre um campeão mundial. Ele bateu o cubano Asley Gonzalez, vencedor do Mundial de 2013, para conquistar a medalha de ouro nos médios (90kg) do Pan pela terceira vez seguida.

"Vim aqui pra fazer aquilo que eu mais amo, que é lutar judô. E representar o Brasil sempre foi especial para mim, eu sempre trago o Brasil dentro do meu coração. Tenho orgulho de ser brasileiro. Cada conquista é especial, Os jogos pan-americanos sempre mexeram comigo", disse o judoca brasileiro após a conquista do ouro. "O foco é o Rio de Janeiro, quero ser medalhista no Rio, quero pódio, Lutando no Brasil, não tem como ser diferente", acrescentou. 

Luiz Shinohara, técnico da seleção masculina, avaliou a vitória do brasileiro. "É sempre uma luta difícil. O Tiago estudou muito o cubano e não errou em nenhum momento", elogiou o técnico. "Ele veio de algumas lesões, está se cuidando muito e vem se recuperando, ganhando ritmo para os Jogos Olímpicos".

O lutador paulista é o primeiro tricampeão do judô nacional. Até o Pan de Toronto, ele dividia o posto de maior vencedor com Edinanci Silva – que tinha dois ouros e um bronze. Além disso, com as três medalhas, ele entre na lista dos judocas com o maior número de pódios do país no evento, ao lado de Luiz Shinohara (hoje técnico da seleção masculina), Soraia André, Frederico Flecha, Luiz Onmura, Vania Ishii, Edinanci e Danielle Zangrando.

Outra curiosidade: a família Camilo chegou a quatro ouros nos Jogos Pan-Americanos, somando os três de Tiago e o título de Chicão, de 2003, nos leves. Os Ishiis, com três medalhas de Vânia e uma de Tânia, e os Onmura, com três de Luiz e uma de Nelson, também têm quatro pódios.

Aos 33 anos, o judoca já admitiu que está se despedindo no Canadá do Pan. "Não vou fazer outro ciclo olímpico, isso está decidido. Não vou me aposentar logo depois das Olimpíadas, mas não vou fazer mais quatro anos. Não que não goste, mas quero me dedicar a outras coisas."

Ele não deve ficar longe do esporte. "É o que eu amo. Vamos ver o que vai acontecer. Mas meu instituto é algo muito gratificante, um trabalho que dá muito felicidade. Sei quanto é importante dar acesso ao esporte e cidadania para as pessoas. É uma honra."

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