Filho medalhista de Hortência é bem mais tranquilo que a mãe, diz pai

Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Daniel Brito/UOL

    José Victor acompanhou da arquibancada à prova do filho no adestramento

    José Victor acompanhou da arquibancada à prova do filho no adestramento

João Victor Oliva foi medalha de bronze neste domingo, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, na prova por equipes por adestramento. Ele é filho de Hortência, campeã mundial de basquete, com o empresário José Victor Oliva. O pai do atleta formava o famoso casal com a ex-jogadora. Ele acompanhou a conquista do filho no Canadá e comparou o comportamento do filho e da mãe em dias de disputa.  

Para José, o filho tem pouca ou nenhuma ligação com o de Hortência antes dos jogos de basquete. "Eu fui casado com a Hortência, e ela em casa, em dia de jogo, acordava pela manhã e já me falava: 'Victor, não fala comigo, tá bom? Tenho jogo hoje'. Ficava tensa demais. Se eu perguntasse qualquer coisa, por exemplo, o que ela queria para o almoço, ouvia: 'Victor, eu te pedi, não fala comigo'. Já o João, não. Pode ser campeão ou ser o último, ele é um gelo, você nem percebe", comparou . "Ele não tem nem o meu DNA e nem o da Hortência nesse aspecto. Não tem nada a ver com a gente. Parece um filho de chocadeira", disse, já em tom de brincadeira.

João Victor é, de fato, uma presença especial na equipe brasileira que disputa o Pan. Não só pelo fato de ser filho de Hortência, que marcou o nome na história desta competição com a seleção de basquete nos anos 1990, mas pelo fato de ser o mais jovem competidor nas provas de hipismo em Toronto.

Ele compõe a equipe brasileira de adestramento e tem apenas 19 anos. Ele não viu sua mãe ser reverenciada por Fidel Castro após conquistar a medalha de ouro sobre as cubanas no Pan de Havana-1991. Até se atrapalha ao comentar sobre feitos históricos de Hortência ocorridos antes de ele ter nascido.

No domingo, 12, ele conseguiu a segunda maior nota do quarteto brasileiro que foi ao pódio. A equipe ainda conta com o matogrossense Leandro da Silva, o paulista João Paulo dos Santos, e a francesa radicada em São Paulo Sarah Waddell. "Cometi um errinho na apresentação, mas saio contente com meu desempenho. Em cima do cavalo, não sinto pressão alguma, fico tão concentrado que acabo esquecendo o resto, serve como uma terapia", explicou João Victor.

O empresário não tem pressa para ver o filho entre os melhores. Acredita que ele tem uma longa estrada pela frente e com um futuro brilhante. "Garanto que em dez anos o adestramento do Brasil vai apresentar grandes resultados internacionais. Não é nem por causa do João, mas hoje nós temos a melhor treinadora do mundo, Mariette Withages, que é belga, bons cavalo, bons veterinários. Já o João, ele tem idade para disputar mais dez olimpíadas, dez olimpíadas", vislumbra o pai coruja, que diz que será ainda mais orgulhoso se conseguir acompanhar o filho sem precisar voltar a fumar. 

"Achava que era impossível não fumar aqui no Pan, assistindo ao João Victor, mas não fumei", contou. "O cigarro é o termômetro da minha ansiedade. Confesso que até bateu a vontade, mas eu segurei. Eu tenho muita confiança no João Victor e isso conta a meu favor", explicou o empresário.

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