Substituta de campeã olímpica leva bronze e é 1ª medalhista do Brasil

Bruno Doro

Do UOL, em Toronto (CAN)

Felipe Kitadai e Érika Miranda garantiram a medalha antes, mas foi a jovem Nathália Brígida a primeira brasileira a subir, efetivamente, no pódio nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Neste sábado, ela venceu a equatoriana Diana Cobos na decisão da medalha de bronze e acabou em terceiro na categoria ligeiro feminino (48kg).

Foi a primeira do Brasil na prática. Antes de Nathalia, Kitadai e Érika que foram à final, garantiram a prata, mas ainda não tinham conquistado a medalha de fato. A jovem judoca conseguiu, com o bronze, superar a derrota na semifinal. "Tinha de me manter focada. A Rosi [Rosicléia Campos, técnica] me falou: 'Vamos que não é a última, você tem de levar a medalha para casa'. Foi um passo a mais, apesar de ter esperado o ouro", disse a judoca, que foi informado pelo Sportv sobre o fato de ser a primeira medalhista. "Olha, não sabia", completou ela. 

Nathalia começou a disputa com mais iniciativa e passou à frente com duas punições que foram aplicadas à equatoriana. Quando faltavam cerca de um minuto para o fim da luta, a brasileira conseguiu um yuko, garantiu uma vantagem confortável e só teve de administrar a luta. 

A medalha "apressada" é prova da precocidade da paulista de Atibaia. Aos 22 anos, ela pulou a fila para chegar ao Pan. A esperada nessa posição era Sarah Menezes, veterana aos 25 anos. Afinal, a piauiense é dona de uma lista de títulos que poucas pessoas no esporte brasileiro conseguiram conquistar.

Sarah é a atual campeã olímpica, foi três vezes medalha de bronze em Campeonatos Mundiais (2010, 2011 e 2013), tem 14 medalhas no circuito mundial da Federação Internacional e dois títulos mundiais júnior. Mas, em Pan-Americanos, tem só um bronze, conquistado em Guadalajara-2011.

Pelo menos em Pans, Nathália já igualou a campeã. "Sempre soubemos que ela era uma joia que precisava ser lapidada. Muita gente fala em precocidade. Eu não. O atleta precisa estar sempre pronto para os desafios. Para vencer uma campeã olímpica ou lutar quando for convocada. A Nathália está pronta. Inclusive para a Olimpíada", diz o técnico da judoca no Minas Tênis, Floriano Almeida.

Para isso, porém, Sarah ainda é um obstáculo. A piauiense não foi convocada para o Pan por conta da fase ruim que enfrenta. Entre 2014 e 2015, passou quase dez meses sem subir ao pódio. Ainda é, porém, a melhor do continente: na decisão do Campeonato Pan-Americano (torneio diferente dos Jogos Pan-Americanos), ela venceu a vice-campeã mundial Paula Pareto. Justamente a algoz de Nathália no Canadá.

Na semifinal, a jovem judoca tentou, mas acabou perdendo para a experiente argentina. Pareto conseguiu forçar duas punições da brasileira e cozinhou a luta. "Na semifinal eu acho que eu poderia ter ganho, estava preparada, perdi ali no detalhe", disse Nathalia. 

"Ela foi um pouco garfada naquela luta. Aquele ajudo [punição] do final não era necessário. Podia ter ido para o golden score", disse Rosi Campos, referindo-se à decisão da arbitragem que decidiu a disputa. 

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