Novo plano pro futuro? Mayra segue ex-rival Ronda Rousey: "ela me inspira"

José Ricardo Leite

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Eduardo Knapp/Folhapress

    Mayra Aguiar (e) e Ronda Rousey no Pan do Rio em 2007

    Mayra Aguiar (e) e Ronda Rousey no Pan do Rio em 2007

Conquistas em seu esporte não faltam na galeria da judoca Mayra Aguiar. Com apenas 23 anos, já é campeã mundial, tem uma medalha de bronze olímpica no currículo e outros títulos internacionais de respeito, como o Grand Slam de Paris e o Pan-Americano da modalidade, este ano. Mas ainda bate na trave quando disputa Jogos Pan-Americanos.

Já ganhou duas medalhas, um bronze e uma prata, sendo esta, em casa, na edição do Rio, em 2007, após perder a decisão para ninguém menos do que Ronda Rousey, principal estrela do MMA feminino e imbatível no UFC. Mayra ainda era uma jovem em ascensão na época, com apenas 15 anos. Chegaram até a fazer treinos juntas. Depois deste duelo, a americana ainda foi bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim até decidir fazer a transição de esporte. O caminho das duas concorrentes passou, então, a ser diferente.

Ronda se transformou em uma das maiores estrelas das artes marciais mistas usando, principalmente, as técnicas do judô. Foram nove vitórias das 11 que tem com o golpe de chave de braço, típico da arte marcial japonesa. Mayra despontou como uma das tops mundiais do judô e grande nome do esporte brasileiro. Mesmo de longe, Mayra, que deve se encontrar com a antiga rival em um evento promocional, tem acompanhado Ronda e diz que sua antiga concorrente agora até serve de inspiração.

"Ela era uma atleta bastante tranquila. Acabamos lutando e treinando juntas. Eu acompanho, sempre acabo acompanhando, não sou vidrada (em assistir MMA) igual ver judô, mas quando dá eu acompanho MMA. O que dá pra tirar (da Ronda) é mais de parte de chão. Em pé e sem quimono é difícil buscar algo. Mas aquela garra, aquela coisa de guerreira ali dentro é bem legal ver o que ela faz. Inspira um pouco mesmo", falou a brasileira.

Mayra se diz completamente focada no judô nos próximos anos, principalmente na Olimpíada de 2016. Teve pouco contato com outras artes marciais. Mas não descarta, no futuro, fazer treinamentos para sentir se toma gosto pela trocação e pensaria na possibilidade de seguir os passos de Ronda. Pelo que tem acompanhado, entende que judocas mulheres podem fazer muito sucesso nas artes marciais mistas pela capacidade de derrubar facilmente e finalizar, como a americana se cansa de fazer.

"Todos meus amigos judocas que entraram no MMA se deram bem, porque é muito difícil alguém de outro esporte defender golpe de um judoca, é uma base muito forte. E pra ela (Ronda) derrubar é muito fácil, a gente também derruba fácil. Ela tem um chão muito bom, essa é a vantagem dela, tem trocação, consegue derrubar e depois pega um braço. Se todos os judocas tivessem um espírito assim se dariam bem nesse esporte", falou.

"Eu já pensei em fazer uns treinos pra ver como é. Porque é muito diferente dar soco, tomar soco. Mas eu teria que ver como vou me adaptar. Tenho que ver. Tenho que testar, treinar. É muito diferente. É uma coisa que por agora não penso nisso. Meu foco é 2016. Eu gosto, vejo, acho legal. Mas teria que treinar, ver. Muitos amigos meus do judô migraram pro MMA muitos falam que é legal, mas meu foco agora é judô", prosseguiu. "Acho que terei uma entrevista com ela (Ronda), podemos até ter a oportunidade de falar sobre isso."

Mayra estreará apenas na próxima terça-feira nos Jogos Pan-Americanos, em busca de sua primeira medalha de ouro na competição. Terá como principais oponentes americanas e cubanas, que sempre tiveram bom nível internacional (a atual campeão olímpica é dos Estados Unidos e a medalhista de prata é cubana).

"Minha terceira edição de Jogos Pan-Americanos e na primeira fui novinha, com 15 pra 16 anos e sempre tive fortes concorrentes. Estou me sentindo bem, me consagrei campeã no mês passado do Pan-Americano. Sei que é uma competição dura, todo mundo quer e estou muito preparada e agora é chegar tranquila", falou.

"Tem três atletas muito duras na minha categoria, as cubanas sempre atrapalharam a gente, mas agora nós que atrapalhamos ontem. Tem a canadense que estará em casa, tem essa vantagenzinha, a americana campeã olímpica e a cubana vice-campeã olímpica", finalizou.

EFE/Esteban Cobo.

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