Eles têm a pressão de serem 'novo Guga', mas sequer viram 1º Slam do ídolo

Fábio Aleixo

Do UOL, em Toronto (CAN)

A cada vez que um tenista brasileiro desponta, o questionamento é sempre o mesmo. Teremos um novo Guga? E é com esta pressão nos ombros que convivem frequentemente três jovens que defendem o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN).

E os três, além da pressão e de jogarem o primeiro torneio como profissionais com a camisa verde a amarela, têm outra coisa em comum. Nem viram o primeiro título de Grand Slam de Gustavo Kuerten, no dia 8 de junho de 1997, em Roland Garros.
 
Orlando Luz, o Orlandinho, principal nome desta nova geração até o momento, nem sequer era nascido quando Guga levantou a taça em Paris (FRA). Hoje, aos 17 anos, ocupa o 570º lugar do ranking da ATP e já foi líder do ranking mundial juvenil.
 
"Realmente a pressão é muito grande. Quando saem reportagens, sempre falam de um novo Guga. Mas falta muita coisa. Este cara fez coisas que ninguém nem chegou perto de fazer. Mas trato de tirar proveito disso disso de uma maneira positiva, continuar trabalhando. Se estão me comparando a ele, é porque acreditam que tenho talento para chegar lá, mas não dá para queimar etapas. E estou numa fase complicada, que é eta transição do juvenil para o profissional.", disse após a vitória em sua estreia em Toronto por 2 sets a 0 (6-1 e 6-1) sobre o hondurenho Aleandro Obando (sem ranking). Na próxima fase, enfrentará o americano Dennis Novikov.
 
Outro que triunfou na estreia - fez 2 sets a 0 (6-3 e 7-6)  sobre o uruguaio Ariel Behar (2030º) - e nem engatinhava no primeiro grande título de Guga é João Menezes, atleta de 18 anos e 658º colocado do ranking mundial. 
 
"Cada um é cada um. O Guga é o maior ídolo do tênis brasileiro. Não podemos nos pressionar neste sentido. Não dá para entrar em quadra com este pensamento, porque aí você não consegue fazer nada", afirmou o mineiro, que é 658º colocado do ranking da ATP e começou a jogar tênis por influência do pai.
 
O mais velho desta geração em ascensão do tênis brasileiro é Marcelo Zormann, de 19 anos. É outro que não tem lembranças do título de Guga, mas sabe que terá de lidar com esta pressão a cada passo que der. Hoje, ele é o 817º do ranking mundial. 
 
"Que surja um novo Guga é muito difícil, acho que ninguém vai conseguir fazer o que ele fez. Mas a pressão serve de incentivo. É bom ter ele como espelho", disse Zormann, que não se deu bem em sua estreia no Pan e foi superado por 2 sets a 1 (4-6, 6-2 e 7-5) pelo dominicano Roberto Cid (933º).
 
Apesar disso, ele ainda não deu adeus ao Pan. Ao lado de Orlandinho, reeditará a dupla campeã do torneio juvenil em Wimbledon e dos Jogos Olímpicos da Juventude da Cingapura, em 2014. Eles estrearão contra Darian King/Hyadn Lewis, de Barbados.

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