Pouca torcida, cronômetro pifado, e empate. Pan começa sem empolgar

Bruno Doro

Do UOL, em Toronto (Canadá)

  • Satiro Sodre/SSPress

    Mirela Coutinho, do Brasil, durante Canada 7 x 7 Brasil, na estreia dos Jogos Pan-Americano de Toronto

    Mirela Coutinho, do Brasil, durante Canada 7 x 7 Brasil, na estreia dos Jogos Pan-Americano de Toronto

O Pan do Canadá começou com um empate. Canadá e Brasil fizeram um jogo disputado na piscina de polo aquático, com 7 a 7 para abrir o torneio feminino. A empolgação na piscina, porém, não acompanhou o público. Quem estava no Atos Markham Centre, um centro aquático localizado a cerca de 30 minutos de Toronto, a sede oficial dos Jogos, percebeu: o clima de competição deve demorar um pouco a aparecer...

Não que isso seja uma surpresa. A cerimônia de abertura está marcada para sexta-feira. Os jogos de polo começaram em uma terça, horário comercial. Mesmo com a estreia canadense no evento, não havia atratividade suficiente para que as pessoas aparecessem nas arquibancadas. Na primeira sessão do Pan, menos de 200 pessoas deram as caras. No setor exclusivo da torcida (um lado era todo dedicado a credenciados), era possível contar o número de presentes, um a um. Para os interessados, a reportagem contou 78 pessoas na arquibancada central e 57 na lateral. Completando os 200, mais 70 pessoas estavam na área da chamada "Família Pan-Americana", entre atletas de outras modalidades e dirigentes - além de imprensa.

Satiro Sodre/SSPress
Tess Oliveira, goleira do Brasil, foi um dos destaques do empate com o Canadá

Não bastasse isso, a organização ainda decepcionou. O placar sofreu uma pane no segundo tempo e o jogo ficou cinco minutos paralisado. Cronômetro zerado, todos esperando. Ninguém dava nenhuma informação. Não que o público tenha percebido, mas os presentes vivenciaram a primeira falha técnica dos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Uma pena para a partida, que merecia um clima de decisão. Apesar de, no final, os poucos torcedores terem feito barulho e tentado animar a casa, ficou faltando alguma coisa. A própria técnica do Canadá, Johanne Begin, admitiu isso. "É uma instalação muito grande. Mesmo com os gritos de hoje, fica complicado sentir a vibração da torcida, aquele calor da arquibancada. É uma pena porque, mesmo com a piscina lotada, não vamos conseguir ter isso", disse a treinadora.

Dentro da água, o 7 a 7 foi um resultado importantíssimo para o Brasil. No mês passado, o time perdeu duas vezes para as canadenses, nas finais da Liga Mundial. "Na minha vida, nós nunca tínhamos ganhado do Canadá. Fizemos isso no início do ano, aqui nessa piscina. E hoje fizemos o segundo melhor jogo contra elas, um empate", comemorou Marina Canetti, lembrando do pré-Mundial que o Brasil jogou em Markhan.

O destaque do jogo foi a goleira brasileira Tess Oliveira. Com apenas 1,65m, ela impressionou com defesas impressionantes. O técnico Pat Oaten, canadense que comanda o Brasil desde 2013, a chamou de "uma das melhores do mundo". "Sou pequena, então sou um pouco mais rápida do que as outras. Goleiras costumam ser maiores, ocupam mais espaço no gol. A maioria tem 1,75m, 1,80m".

O time feminino do Brasil volta a jogar na quinta-feira, contra a Venezuela, às 9h (Brasília).

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