Brasil vence EUA e conquista bronze inédito na Liga Mundial de polo

Do UOL, em São Paulo

  • Satiro Sodre/SSPress

Até esta semana, o Brasil nunca tinha feito parte da elite do polo aquático mundial. Neste domingo, a equipe verde-amarela, que não disputa os Jogos Olímpicos desde os anos 80, é um dos três melhores times do mundo.

A equipe, treinada pelo croata Ratko Rudic, venceu os EUA por 14 a 13, nos pênaltis (após empate em 10 a 10 no tempo normal e na prorrogação), para conquistar a medalha de bronze na Liga Mundial da modalidade. Antes, o Brasil nunca tinha passado das quartas de final do torneio. A melhor colocação brasileira era um sétimo lugar, conquistado no ano passado.

O Brasil, porém, conquistou muito mais do que a medalha de bronze inédita. O time sai de Bérgamo, na Itália, onde foi disputada a Superfinal da Liga, com um respeito da elite mundial que não encontrava antes. Vitórias sobre Croácia, atual campeã olímpica, Austrália, semifinalista da Liga Mundial do ano passado, e EUA, vice-campeão olímpico de 2008, contribuíram para isso.

Os resultados positivos dessa semana são fruto do projeto olímpico do polo aquático brasileiro. Rudic, técnico tetracampeão olímpico, trabalha no país desde o início do ano passado. Além disso, o país passou a contar com reforços dentro da água. Felipe Perrone, carioca que defendia até 2012 a seleção da Espanha, aceitou jogar pelo Brasil.

Eleito o melhor jogador da Liga dos Campeões de polo aquático da Europa neste ano, Perrone foi o responsável por outras quatro naturalizações: o espanhol Adria Delgado e o italiano Paulo Salemi, ambos filhos de brasileiros, mudaram sua cidadania esportiva para defender o Brasil. Além disso, o croata Josip Vrlic e o sérvio Slobodan Soro, campeão mundial de 2011, foram naturalizados. Outro estrangeiro, o cubano Ives Gonzales, casado com uma brasileira, também conseguiu o passaporte brasileiro. Desses, apenas Soro, que ainda cumpre a quarentena esportiva exigida pela Fina (Federação Internacional de Esportes Aquáticos) para mudança de país, não está com a seleção.

O próximo desafio da equipe são os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho. No Canadá, Rudic e seus comandados tentarão conquistar o segundo ouro da história do país nos Jogos. O único título continental da seleção veio em 1963, quando o torneio foi disputado em São Paulo.

Logo depois do Pan, o Brasil segue para Kazan, na Rússia, onde será disputado o Mundial de Desportes Aquáticos. A melhor colocação da história do país no campeonato é o 12º lugar, conquistado em 1986 e 1998. Na última participação, em 2011, a equipe brasileira terminou em 14º lugar.

UOL Cursos Online

Todos os cursos