Brasileiro do handebol já foi vítima de dedada e se revolta até hoje

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

A dedada de Gonzalo Jara no atacante Edinson Cavani, do Uruguai, foi o lance mais comentado da partida entre Uruguai e Chile pelas quartas de final da Copa América. Mas a "mão boba" do chileno não foi a primeira na história recente do futebol, nem do esporte. Em janeiro, durante o Mundial de Handebol do Qatar, o brasileiro Thiagus Petrus também acabou sendo vítima desta tática de provocação.

Na derrota para a Croácia por 26 a 25, nas oitavas de final, o armador levou uma dedada de Igor Voric. O lance não foi visto pela arbitragem, que não puniu o croata. Thiagus também não revidou, mas até hoje ainda mostra-se inconformado com a atitude do adversário.

"O jogador que fez aquilo comigo tem a fama de jogar sujo sempre. Mas infelizmente nós não temos o poder que tem no futebol, e a Federação Internacional (IHF, em inglês) ignorou o fato", disse Thiagus ao UOL Esporte.

"A questão é que se eu tivesse reagido, eu teria sofrido alguma penalização. E como não fiz nada, ninguém de nenhum lado se posicionou. Aquilo não foi julgado nem nada. No handebol, infelizmente o Brasil ainda não é tão respeitado lá fora e isso ficou claro quando não tomaram nenhuma atitude", completou o armador da seleção.

Em que pese o handebol ser um jogo de muito contato físico e, em algumas oportunidades até violento, existe uma espécie de código de ética entre os atletas para que lances como este não aconteçam. Em outras palavras, não vale tocar nas partes baixas.

"Por mais que seja um jogo duro e de contato, a maioria dos jogadores se respeita e casos que são claros e com provas, normalmente são julgados se forem vistos. Só que no jogo do Mundial, o delegado da arbitragem que era espanhol viu o lance no momento e ficou totalmente passivo perante à situação. Mas, é muito difícil coisas assim acontecerem", disse Thiagus.

O gesto do croata é tão raro de acontecer que até mesmo jogadores mais veteranos ficaram inconformados. É o caso do experiente Fernando Pacheco, o Zeba, de 32 anos.

"A primeira vez que vi isso acontecer foi com o Thiagus. Fico triste que tenha acontecido com a gente. Foi uma falta de respeito total com um companheiro de trabalho. Claro que é um jogo muito pegado, mas existe muito respeito entre todos", afirmou Zeba.

Com o caso no passado, os dois já se prepararam para defender a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN). A estreia da equipe nacional será no dia 17 de julho, contra o Canadá.

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