Ronald Julião foi o 1º brasileiro a ganhar medalha no lançamento do disco em Pans

Medalha inédita do atletismo tem diarreia, pão puro e 'overdose' de água

Os últimos dias de Ronald Julião no México não foram fáceis. E isso nada tem a ver com resultados, ansiedade ou questões técnicas do lançamento de disco. O medalhista de bronze do Brasil sofreu foi com a comida local. Teve uma diarreia intensa e precisou fazer um novo e restrito cardápio. Tudo para que seu Pan não fosse por água abaixo.

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O desarranjo começou ainda em San Luis Potosi, onde a equipe de atletismo fez sua aclimatação antes de viajar até Guadalajara. “Passei muito mal. Tive diarreia e um grande mal estar”.

O medalhista preferiu não entrar em detalhes, mas resumiu bem os sintomas. “Tudo que eu comia virava água. E tinha dores de cabeça horríveis, achei que não teria condições de vir aqui lançar. Só quando viemos para Guadalajara melhorei um pouco.”

A saída, então, foi adaptar o cardápio. As guloseimas e as pesadas comidas que os mexicanos servem no café da manhã foram riscadas da lista. “De manhã foi só pão sem nada e água. Na verdade, não tomei mais nada que não fosse água”, relembra.

Mas como precisava de energia, Ronald teve que ingerir muita massa, um dos poucos itens liberados. “No almoço e na janta era só massa, mais pão e talvez um frango, às vezes um peixe. Cortei todas as sobremesas. E sempre tomando água.”

A rotina deu certo. Ronald conseguiu se reabilitar a tempo de competir em bom nível no Pan. Com 61,70 metros, ele ficou muito perto da medalha de prata. A “simples” subida ao pódio já garantiu um feito inédito para o atleta de 1,94m e 114 kg.

“Sou o primeiro brasileiro a ganhar uma medalha em Pan no lançamento do disco. Até que enfim conseguimos quebrar esse tabu. Estou feliz demais”, comemorou o paulista de Caieiras, pouco depois de receber a medalha de bronze no estádio Telmex.