Erika disputa bola com Vargas na derrota da seleção brasileira pela semifinal

Brasil sofre maior derrota do ano mesmo sem permitir a rivais mais de 70 pontos

Na segunda-feira, a seleção brasileira de basquete feminino sofreu sua pior derrota do ano. A eliminação para Porto Rico, na semifinal do Pan-Americano, manteve um incomodo jejum e mostrou que a situação das mulheres na modalidade não é tão boa quanto a classificação fácil para os Jogos Olímpicos sugeria.

Mesmo assim, o técnico Ênio Vecchi conseguiu encontrar um ponto positivo no desastre – palavra que ele próprio rejeitou. “Temos que ressaltar o grande trabalho que Porto Rico fez. Mas mesmo assim, continuamos sem tomar 70 pontos em uma partida”, disse o treinador.

Apesar do sentimento de derrota pela partida, Vecchi tem razão. Em suas nove partidas à frente da equipe, ele conseguiu imprimir uma filosofia de defesa que, muitas vezes, faltava às brasileiras. No Pré-Olímpico de Neiva, na Colômbia, o time que mais vazou a defesa verde-amarela foi Cuba, com 66 pontos.

Em Guadalajara, Porto Rico fez 69 – após uma média de 46 pontos sofridos nos primeiros três jogos. “Ele imprimiu uma filosofia boa para a seleção. Manteve a característica de velocidade do basquete masculino, mas trouxe a intensidade da defesa do masculino”, elogiou Iziane, que conheceu o técnico na preparação para o Pan – ela não foi ao Pré-Olímpico para disputar as finais da WNBA.

Diretora de basquete feminino da Confederação de Basquete, a ex-jogadora Hortência admitiu problemas da equipe, mas disse que o caminho não será alterado apesar da derrota. “Esta derrota não tem explicação, mas não acho que seja um vexame. O time foi mal, fez o pior jogo com o Ênio. Perdemos muitas bolas, a defesa não esteve bem. Quando isso acontece, também não acertamos os contra-ataques. O nosso planejamento foi feito para alcançarmos o pico no Pré-Olímpico e ficamos com o título".

O time para o Pan, apesar da base do Pré-Olímpico ter sido mantida, contou com uma série de novidades, como as novatas Tássia e Jaqueline, além de Babi ter ficado incumbida de ser a titular da armação – Adrianinha foi a principal ausência do time. A diretora também elogiou a iniciativa. “Este é o trabalho que deve ser feito e estamos no caminho correto, penando em 2016, 2020. Estamos testando jogadoras novas e não será uma derrota que faremos mudar tudo".