UOL Pan 2011 Brasil apaga último 'fantasma', vence Cuba com torcida vira-casaca e conquista 4º Pan - 21/10/2011 - UOL Pan 2011
Seleção brasileira mostra medalha de ouro após subir ao pódio no Pan de Guadalajara

Seleção brasileira mostra medalha de ouro após subir ao pódio no Pan de Guadalajara

21/10/2011 - 01h35

Brasil apaga último 'fantasma', vence Cuba com torcida vira-casaca e conquista 4º Pan

Roberta Nomura
Em Guadalajara (México)

O México não passou nem da primeira fase do vôlei dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Mesmo órfã de representante na final, a torcida compareceu em massa. E, ao longo da partida, mudou de lado por várias vezes. Diante da torcida vira-casaca, o Brasil apagou seu último ‘fantasma’, venceu Cuba por 3 a 2 (25-15, 21-25, 25-21, 21-25 e 15-10) em reedição da final do Pan do Rio-2007 e conquistou o quarto título da competição (1959, 1963, 1999 e 2011).

A seleção feminina passou por período difícil em que ganhou a pecha de "amarelona". Na Olimpíada de Atenas-2004, no Mundial-2006 e no Pan do Rio-2007, a equipe deixou escapar vitórias que tinha nas mãos. O status foi deixado de lado com o inédito ouro olímpico em Pequim-2008. Agora, o último vestígio do período ruim ficou para trás com a vingança contras as cubanas, que ficam com a prata. Os Estados Unidos completam o pódio em Guadalajara com o bronze.

As atuais campeãs olímpicas tiveram que superar uma dificuldade encontrada logo no primeiro jogo: Jaqueline sofreu uma concussão cerebral e fratura cervical e ficou fora do Pan – ela, inclusive, já está no Brasil. E mesmo invicto na competição, o técnico José Roberto Guimarães não gostou da maioria das atuações do Brasil durante o Pan e prometeu dar uma dura nas meninas. A bronca anunciada parece  ter surtido efeito. As titulares Dani Lins e Sheilla, Paula Pequeno e Mari, Fabiana e Thaísa, e a líbero Fabi entraram dispostas a apagar a frustração da prata obtida no Rio-2007 em final justamente contra Cuba.

Os tradicionais estranhamentos na rede começaram cedo desta vez. Mas sem grandes demonstrações de desequilíbrio de nenhuma parte. Na bola, o Brasil foi muito superior. O saque tático entrou e as cubanas tiveram sérios problemas de recepção, agravados com erros grosseiros no ataque. O resultado foi um passeio desde o início: 8-3. Mari estava inspirada e potente no ataque. Ficou fácil para o Brasil ganhar a simpatia do público presente e abrir larga vantagem. Nem uma reação cubana no fim foi suficiente para impedir vitória brasileira na parcial: 25-15.

DIRETO DO GINÁSIO

CHAPOLIN E ROMÁRIO TURBINAM TORCIDA O ex-jogador Romário está em Guadalajara como comentarista da TV Record. O deputado federal aproveitou folga para acompanhar a final com a família. Anunciado pelo som do ginásio, Romário teve de lidar com o assédio da torcida, que pediu autógrafos. O quarteto de Chapolins verde-amarelos também ajudou a turbinar a torcida brasileira.
LEON SECA A NAMORADA A seleção cubana masculina apareceu em peso no ginásio. Um atleta tinha motivo especial para estar na decisão. O astro Leon é namorado da elogiada Yanellis Santos. O ponta não deu sorte e a amada foi substituída no 1º set.
OVERBOOKING NA FINAL O ginásio estava lotado e, mesmo assim, havia gente tentando entrar para assistir à final entre Brasil e Cuba. Partes reservadas foram ocupadas e torcedores tiveram que sentar nas escadas de acesso às arquibancadas.

Mas o bom jogo apresentado no começo do jogo não se repetiu no segundo set. Cuba também acertou o passe e não demorou a trazer a torcida para o seu lado. As caribenhas melhoraram o passe e comandaram o marcador. Quando as adversárias abriram vantagem de pontos, Zé Roberto mexeu: tirou Dani Lins e Sheilla e colocou Fabiola e Tandara, mas logo devolveu as titulares ao jogo. O Brasil reagiu e encostou (21-19). Mas as rivais acertaram o saque e fecharam em 25-21.

O Brasil começou melhor o terceiro set, mas viu Cuba virar o placar ainda no início (9-8) em dois potentes saques. Zé Roberto tratou de mexer em seu sistema de passe ao tirar Paula Pequeno e colocar Fernanda Garay. Com a torcida bem dividida, o time verde-amarelo se acertou e devolveu o mesmo o marcador sofrido na parcial anterior: 25-21.

O quarto set começou equilibrado com ligeira vantagem verde-amarela. Mas Cuba deslanchou com boa passagem de Palacio pelo saque – ponto que marcou a virada foi uma porrada de Carcaces no rosto de Fernanda Garay. A cubana demorou, mas se desculpou. Mari deixou a quadra para a volta de Paula na tentativa de melhorar o passe. Fabiola, Tandara e Juciely também entraram, mas não resolveram. Carcaces estava inspirada no serviço e levou o jogo para o tie-break, mesmo após o Brasil esboçar uma reação na passagem da meio de rede Thaísa no saque (perdia de 24 a 16 e diminuiu para 24 a 21).

O quinto set começou tenso, com as duas equipes se alternando no placar e as arquibancadas divididas. A rivalidade foi acirrada com marcação de ponto equivocado para o Brasil, mas a arbitragem voltou atrás. Carcaces novamente fez estrago e empatou (6-6). O time verde-amarelo abriu dois de vantagem em linda jogada: Fabi mergulhou e defendeu com uma mão, Paula deu sequência ao acompanhar a líbero e já levantar para Sheilla matar com habilidade (8-6). As comandadas de Zé Roberto ainda contaram com sorte e erro adversário para manter a vantagem. Muito vibrante, a equipe verde-amarela administrou o placar para enfim comemorar o título pan-americano, que não vinha desde 1999.

ZÉ ROBERTO E FABI ANALISAM VITÓRIA DO VÔLEI FEMININO

Medalhas

  • País
    Ouro
    Prata
    Bronze
    Total
    EUA 92 79 65 236
    CUB 58 35 43 136
    BRA 48 35 58 141

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