Os nadadores Tales Cerdeira, Cesar Cielo e Nicholas Santos se divertem durante o treino
Os cerca de 1.500m de altitude de Guadalajara são considerados um adversário incógnito pelas particularidades de cada organismo em territórios acima do nível do mar. A natação testará o ar rarefeito nos Jogos Pan-Americanos a partir deste sábado. Muitos dos 38 representantes verde-amarelos vão em busca de índice olímpico e as principais apostas de medalhas estão na patota liderada por Cesar Cielo. O grupo encabeçado pelo campeão olímpico e bi mundial, e que tem a presença do multicampeão pan-americano Thiago Pereira, tentará ajudar a modalidade a superar os 25 pódios conquistados no Pan do Rio-2007 e terminar no topo nacional.
O presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, classificou o torneio caseiro como o “Pan da natação” em referência as 25 medalhas conquistas (dez ouros, seis pratas e nove bronzes) – dois pódios a mais do que o atletismo. Em entrevistas ainda no Brasil e em San Luis Potosi, Cesar Cielo enfatizou o desejo de superar o desempenho de quatro anos atrás. “A expectativa é bater o número de medalhas do Pan de 2007. E a equipe vem forte e defendendo títulos tanto no feminino como no masculino”.
A altitude é o primeiro adversário, que começou a ser combatido no período de aclimatação em San Luis Potosi (mais de 1.800m acima do nível do mar). “A gente estava em uma altitude maior. Na verdade, agora a gente já está descendo. O treino nesta fase não é muito intenso então foi bem tranquilo”, explicou Flavia Delaroli, uma das apostas no feminino. “Ficou mais fácil de respirar. O problema é que fica-se ofegante mais cedo”, completou Michelle Lenhardt, companheira de Flavia no revezamento 4x100m livre.
Embora os holofotes estejam mais voltados para Cesar Cielo (50m e 100m livre), é seu novo companheiro de P.R.O. 16 (Projeto Rumo ao Ouro em 2016) que tenta roubar a cena como ocorreu há quatro anos. Thiago Pereira é dono de oito medalhas no Rio-2007 (seis ouros, uma prata e um bronze) e tentará nova overdose de pódios. O nadador fluminense disputará cinco provas individuais: 200 e 400m medley, 100m e 200m costas e 200m peito, além de revezamentos.
O projeto idealizado por Cielo de manter uma base fixa com nadadores de ponta com técnico exclusivo em tempo integral tem ainda André Schultz, Leonardo de Deus, Nicholas Santos e Tales Cerdeira. Mas há nadadores fora do P.R.O. 16 com chances reais de subir ao pódio. Campeão mundial nos 50m peito (prova não-olímpica), Felipe França é um deles. Embora ele ainda busque melhores resultados nos 100m peito, o Pan é uma boa oportunidade de alcançar o topo. “Não volto sem o ouro”, disse há pouco mais de um mês.
Principal revelação da natação brasileira no ano, Bruno Fratus pode compor uma dobradinha brasileira nos 50m e 100m livre ao lado de Cesar Cielo. No feminino, Daynara de Paula, Joanna Maranhão, Fabiola Molina e Flavia Delaroli são as principais estrelas verde-amarelas. As eliminatórias de sábado serão disputadas a partir das 12h (horário de Brasília) e as finais após as 21h. A partir de domingo – com o início do horário de verão –, as provas classificatórias serão às 13h (de Brasília) e as disputas por medalhas após as 22h.
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