UOL Pan 2011 Pan de Guadalajara testa "poder paralelo" do esporte olímpico brasileiro - 14/10/2011 - UOL Pan 2011
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Fabiana Beltrame, campeã mundial de remo, é fruto do do poder paralelo no esporte

Fabiana Beltrame, campeã mundial de remo, é fruto do do poder paralelo no esporte

14/10/2011 - 07h00

Pan de Guadalajara testa "poder paralelo" do esporte olímpico brasileiro

Do UOL Esporte
Em Guadalajara (México)

O Comitê Olímpico Brasileiro ainda dá as cartas, mas no Pan-Americano de Guadalajara, o poder paralelo do esporte verde-amarelo terá seu primeiro teste. Os jogos mexicanos serão o primeiro grande evento em que modalidades vão competir turbinadas por dinheiro da iniciativa privada que não passou pelas mãos do COB.

Em 2011, o Brasil viu surgir três grandes iniciativas que, indiretamente, iniciaram um processo de descentralização do dinheiro e, consequentemente, do poder no esporte olímpico nacional. A maior dessas iniciativas é da Petrobras, em parceria com o Instituto Passe de Mágica, criado pela ex-jogadora de basquete Magic Paula. A estatal patrocina projetos de cinco esportes: boxe, esgrima, remo, taekwondo e levantamento de peso. 

Outra iniciativa é o  LiveWright, um movimento de grandes empresários para investimento na criação de centros de treinamento para o esporte brasileiro. A entidade já investe na ginástica e tem braços no tênis, na luta olímpica e no ciclismo. No mesmo molde, o grupo Lide, de João Dória Junior, também lançou um projeto esportivo, baseado no apoio ao atletismo e ao tênis.

Em comum, as três iniciativas usam dinheiro da Lei de Incentivo ao Esporte, criada em 2007. Em seu primeiro ciclo pan-americano (2007 a 2011), já foram investidos R$ 498 milhões (incluindo iniciativas fora do esporte olímpico). Como comparação, a Lei Agnelo-Piva, no mesmo período, gerou R$ 430 milhões ao COB, investidos na própria entidade, nas confederações e nos esportes escolar e universitário.

E os resultados já começaram a aparecer. Em 2011, remo, atletismo e boxe conquistaram inéditas medalhas de ouro em campeonatos mundiais.

O QUE ESPERAR DOS JOGOS PAN-AMERICANOS

VOLTA À REALIDADE

  • Flavio Florido/UOL

Não bastasse o poder paralelo, o COB ainda tem de lidar com a previsível diminuição no número de medalhas conquistadas pela delegação brasileira. No Rio-2007, em casa, o Brasil chegou a 157 medalhas, 52 de ouro, e terminou na terceira posição no quadro geral de medalhas. Para 2011, além de EUA e Cuba, os brasileiros terão de se preocupar com Canadá e com o México.

Mesmo com a maior delegação que já defendeu o Brasil em um evento fora do país (519 atletas), os dirigentes são rápidos ao negar comparações com o desempenho de 2007. “Temos de deixar claro que o objetivo não é superar o que fizemos no Rio. Nosso objetivo aqui em Guadalajara  é bem claro: conquistar as vagas olímpicas. São duas situações bem diferentes”, diz o superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire.

OBJETIVO LONDRES-2012

O maior atrativo dos Jogos Pan-Americanos são as vagas nos Jogos Olímpicos de Londres, no ano que vem. Para o Brasil, 100 atletas podem carimbar o passaporte olímpico, incluindo as equipes de handebol, CCE e adestramento. “Nosso parâmetro será esse. O que nós fizemos foi garantir que os atletas tivessem as melhores condições para competir bem por uma vaga em Londres. E fizemos isso”, completou Marcus Vinícius.

A CARNE E O DOPING

O México também ficou famoso nos últimos meses por casos de doping em que carne contaminada com esteroides foi culpada. Antes da Copa Ouro, seis jogadores da seleção de futebol foram flagrados no antidoping, com clembuterol, usado para aumentar o ganho de peso no gado. Por causa disso, a Wada emitiu um alerta para que atletas “tenham extremo cuidado com o que eles comem e onde comem”. A delegação dos EUA, por causa do problema, incluiu um nutricionista para trabalhar diretamente com a equipe do restaurante da Vila Pan-americana.

ATRASOS E MAIS ATRASOS

O Pan de Guadalajara não escapou dos atrasos nas obras. O estádio de atletismo, por exemplo, recebeu a certificação apenas três dias antes da cerimônia de abertura, quando o local ainda recebia inúmeros reparos e ainda lembrava um canteiro de obras. Na sede de badminton, os atletas treinaram enquanto as arquibancadas móveis eram montadas – e os organizadores tentavam esconder os operários.

FURACÃO, TRÂNSITO, VIOLÊNCIA...

  • Flavio Florido/UOL

Não bastasse as obras finalizadas horas antes da competição, Guadalajara ainda tem problemas que fogem ao controle da organização. Nos últimos dias, uma tempestade tropical atingiu o litoral mexicano e causou chuva e frio na cidade. Os problemas foram tão grandes que a organização chegou a cogitar adiar a abertura.

Além disso, o trânsito na cidade é caótico e as faixas exclusivas para os veículos credenciados do Pan só pioram a situação. Na semana do Pan, com o sistema de transportes oficial já funcionando, trajetos que em situações normais duravam menos de 30 minutos eram feitos em quase uma hora.

Contra a violência, a solução mexicana foi usar o policiamento ostensivo. Nas ruas que cercam as instalações esportivas, rondas em grandes caminhonetes armadas com metralhadoras são constantes. A taxa de violência do México está entre as mais altas do continente e a cidade de Guadalajara é sede dos dois maiores cartéis de narcotráfico do país.

Medalhas

  • País
    Ouro
    Prata
    Bronze
    Total
    EUA 92 79 65 236
    CUB 58 35 43 136
    BRA 48 35 58 141

Atletas Brasileiros

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